sexta-feira, 19 de junho de 2009

O adultério começa com uma semente


Foto: Diógenis Santos

Nos anos 70, esperava-se ou exigia-se que os pastores pregassem, fizessem orações, profetizassem, fossem porteiros e líderes do louvor na igreja. Não tenho o talento natural para a música, mas maior parte do meu tempo eu gastava “trabalhando” no departamento de música. Até esse dia, eu não sabia exatamente quem havia iniciado o meu relacionamento com aquela mulher, uma das musicistas da igreja, mas creio que o relacionamento foi nutrido até aquele momento com uma paquera mútua e contínua dos olhos.
Hoje, creio que se Noline e eu tivéssemos mantido um casamento sólido e forte, nós poderíamos e teríamos destruído aquela semente de luxúria quando ela ainda era apenas um pensamento, Infelizmente, nós não tínhamos um relacionamento saudável naquele tempo e eu não sabia o que era refrear meu pensamento (mesmo sendo um pastor). Agradava-me a idéia de que alguém mais me achasse atraente. Eu procurei de novo o contato daqueles olhos que me flertavam durante o ensaio de música. Com certeza eles ainda me acompanhavam e eram respondidos.
No domingo seguinte, ao final do culto matutino, Noline e eu ficamos em nossos lugares habituais cumprimentando as pessoas que saíam da igreja. Assegurei-me em ficar num lugar onde a musicista admiradora passaria e aconteceu do jeito que planejei. Enquanto saía, deu-me um aperto de mão mais forte e confirmou-o com um olhar inconfundível e um sorrisinho leve nos lábios. Para qualquer outra pessoa a troca não significaria nada. Mas como eu já vinha nutrindo pensamentos de luxúria, eu sabia exatamente qual era a mensagem. Aquela mulher estava respondendo ao meu interesse inconveniente com sinais que diziam; Eu gostaria de vê-lo algum dia. Senti o sangue correr pela minha face tão rápido que fiquei feliz por estar virado de costas a Noline.
Nos dias seguintes, “trabalhei” ainda mais perto do departamento de música, formando-se assim um laço de alma entre a musicista e eu. Um laço de alma é formado quando você permite envolver-se com alguém do sexo oposto, seja espiritualmente, emocionalmente ou mentalmente. Após aquele período de trabalho, conversas e cultivo do relacionamento, o laço invisível entre aquela mulher e eu estava estabelecido. Eu tinha colocado o alicerce. Depois comecei a planejar os próximos passos para fazer o que jamais prometera fazer à minha esposa, diante de Deus. Eu tinha dito que deixaria todos os outros. Eu tinha quebrado meu voto solene permitindo que esse relacionamento crescesse e continuaria a quebrar a minha aliança sagrada construindo paredes de mentiras e engano para proteger o meu pecado.
Nosso encontro naquela estrada deserta levou-nos ao inevitável. Meus pensamentos pecaminosos levaram-me a desejar praticar o adultério. Iludidos e não arrependidos fizemos planos para nos encontrarmos novamente. O círculo vicioso foi fortalecido e o prazer temporário do pecado pôs uma amarra em minha mente e coração. Minha consciência estava paralisada pelo poder dele. Eu não iria e nem poderia livrar-me de suas amarras. Eu estava aprendendo por um caminho difícil, que o adultério é uma das ferramentas mais mortais do demônio para a destruição.

As conseqüências do pecado

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