sexta-feira, 31 de julho de 2009

Enxergando um raio de esperança

Filho adotivo
Foto: Diógenis Santos

Então, algo que eles disseram realmente chamou minha atenção:
- O seu relacionamento de uma-só-carne foi ferido no momento que seu cônjuge pecou e não no momento da confissão.
- Minha nossa! Murmurei em um suspiro.
Essa realidade bate com nossa experiência: CONFISSÃO E ORAÇÃO ERAM PARA A CURA E NÃO PARA A DESTRUIÇÃO. Esta era uma revelação para mim e o meu homem espiritual pulou dentro de meu ser. Escamas começaram a cair dos meus olhos naquele dia e, pela primeira vez em cinco anos, pude ver um raio de esperança. Durante as poucas horas seguintes, vimos milagres acontecendo entre muitos casais, enquanto o Espírito de Deus os libertava de pecados escondidos.
Um casal em particular, se destacou do resto dos casais. No dia seguinte, entraram no salão de reuniões e, de forma voluntária, o marido contou que na noite anterior a esposa havia confessado que a filha de dezoito anos não era dele. Ela admitira ao marido que a filha havia sido concebida enquanto ele estava no serviço militar.
Aquilo sim era um pesadelo de pastor! Isto está definitivamente fora do controle, pensei, mas a grande contradição de toda a minha teologia e anos de estudo era o fato de que ELE ESTAVA LIVRE E EU NÃO! Aquele homem nos disse que, por anos, ele não conseguia aproximar-se de sua filha. Agora que o poder do diabo estava quebrado, ele mal podia esperar para chegar em casa e reconstruir o relacionamento. Sua alegria era tremenda!
A seguir:
Por que você não confessa primeiro?

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Escolhidos para ensinar a outros

Foto: Diógenis Santos

Noline e eu começamos a ministrar o nosso primeiro grupo de Casados para Sempre duas semanas após o nosso curso de treinamento. Demos o curso em nossa casa e convidamos outros casais da igreja para participarem. Mesmo no ambiente de nossa própria casa e entre amigos, eu ainda não conseguia ser aberto e transparente sobre a minha vida passada. Porém, as coisas estavam para mudar, porque Deus estava pesando sobre mim e eu estava a ponto de ser alcançado por Ele.
Não muito tempo depois, Noline e eu fomos convidados para acompanhar Mike e Marilyn Philipps (os diretores fundadores do MMI) em um curso de treinamento de liderança fora do estado. Eles pediram-nos para darmos algumas lições do curso de treze semanas e eles dariam as outras. Quando chegamos na décima segunda lição, Estilo de vida, gastamos um bom tempo discutindo a passagem de Tiago, que aborda a necessidade de confessarmos uns aos outros os pecados cometidos contra o casamento:
Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. Tiago 5:16
Os Philipps abordaram a questão de que é o pecado que prejudica um relacionamento e não a sua confissão. Eles mencionaram o erro de alguns ao descarregarem sérias confissões de pecado no cônjuge inocente, que então é levado a tal desequilíbrio emocional que nunca mais se recupera. Eu compreendia o que eles estavam falando porque eu havia feito exatamente a mesma coisa com Noline. Devido ao desastroso resultado daquela confissão eu me arrependi muito de ter falado a ela.
É por isso que a maioria dos pastores desencorajam a confissão de pecados entre os cônjuges com medo de que isso possa trazer danos ainda piores, ao invés de remediar a situação, causando, até mesmo, o divórcio. Assim, eles sempre aconselham que o cônjuge culpado confesse seus pecados ao pastor e, particularmente, ao Senhor, coloque-os sob o sangue de Cristo e continue a viver sua vida normalmente.
Essa era a forma como eu costumava pensar também, por isso eu montava um cenário deprimente em minha mente durante todo o tempo que os Phillipps ensinavam essa lição em particular.
A seguir:
Enxergando um raio de esperança

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Como poderia pôr tudo para fora com estranhos?

Uma luz no fim do túnel
Foto: Diógenis Santos

O MMI tinha preparado uma séria de treze lições cobrindo cada aspecto de ensino bíblico que poderia e deveria estar ligado ao casamento de uma forma prática. Eles dariam um curso periódico no qual convidariam líderes de várias igrejas e ensinariam os treze princípios básicos em dois dias, convidando-os a compartilhar com outros, nas casas e igrejas, o que haviam aprendido, dando-lhes um princípio a cada semana, durante treze semanas.
Em um dado momento do curso, o palestrante perguntou a cada casal o que achava de seu casamento. Quando chegou a minha vez, respondi sem a mínima vontade de dizer a verdade:
- Nosso casamento não podia estar melhor.
Que mentira!
Bom, o que eles esperavam? Afinal de contas, como poderia abrir o coração de forma tão exposta, na frente de tantas pessoas? Não, eles teriam que se satisfazerem com a estória do “casal perfeito”. Convenci-me de que tinha sido a maneira mais nobre de encarar o assunto; tendo como a única razão poupar a igreja de tamanha vergonha. Quando penso nisso tenho que admitir que Deus não parece ter tido problemas em revelar a verdade toda sobre Seus servos e profetas em Sua Palavra. Ele sempre falou sobre suas imperfeições, falhas, erros e defeitos. Aparentemente não é Deus que teme a exposição do pecado. Somos nós que tememos. De fato, pareceu-me melhor, naquele momento, mentir ao invés de dizer a verdade ou, se eu tivesse tido a opção, não ter dito nada.
No entanto, além desse aspecto particular do curso, eu estava gostando muito e no final da segunda noite, qualquer ceticismo ainda pendente sobre o curso havia desaparecido por completo. Eu estava convencido de termos encontrado respostas, não apenas para os nossos problemas, mas para muitos casais no Corpo de Cristo. Uma visão tremenda estava nascendo em nossos corações feridos naquele final de semana e mal podíamos esperar pela oportunidade de chegar em casa e começar a ensinar ao nosso próprio grupo tudo o que havíamos aprendido.
A seguir:
Escolhidos para ensinar a outros

terça-feira, 28 de julho de 2009

Eu vou, mas, sem essa de envoltório de plástico!

Foto: Diógenis Santos


Noline estava feliz por irmos. Eu não estava tão certo, mas fiquei dizendo para mim mesmo que iria e estaria pronto para ponderar sobre o ministério e julgar o conteúdo de sua “Palavra” ao mesmo tempo. Também estabeleci alguns limites invisíveis para minha própria proteção. Se eles ultrapassassem a linha, eu voltaria para casa. Disse para Noline:
Se eles falarem sobre esposas esperando à porta seus maridos voltarem do trabalho, embrulhadas apenas com envoltório de plástico, eu saio!
Imaginei que eu não iria sair perdendo ao participar. Eu poderia até aproveitar o material para algum sermão. Secretamente tinha me preparado para enfrentar longas horas de ensino chato, convencido de que eu não teria momentos agradáveis. Como eu estava errado!
Eu nunca ouvira um ensino sobre aliança como ouvi naquele encontro e o que disseram fazia muito sentido. Era também muito coerente com o ensino do Evangelho. Todas as lições eram parte de uma série e baseadas totalmente na Palavra de Deus. Em momento algum senti-me enfadonho, mas sim absorvido lição após lição enquanto a Palavra de Deus convencia o meu coração sobre o significado do casamento. No final da primeira noite, inclinei-me à Noline de forma que ninguém mais pudesse me ouvir e lhe disse que, no final, tudo o que ouvira naquela noite havia sido muito bom.
a seguir:
Como poderia pôr tudo para fora com estranhos?

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Capítulo 9 – Buscando ajuda

Foto: Diógenis Santos

Música e vídeo: http://letras.kboing.com.br/stenio-marcius/tapeceiro/

Tapeceiro (Stenio Március)

Tapeceiro
Grande artista
Vai fazendo o seu trabalho
Incansável, paciente
No seu tear

Tapeceiro
Não se engana
Sabe o fim desde o começo
Trança voltas, mil desvios
Sem perder o fio

Minha vida é obra de tapeçaria
É tecida de cores alegres e vivas
Que fazem contraste no meio das cores
Nubladas e tristes

Se você olha do avesso
Nem imagina o desfecho
No fim das contas
Tudo se explica
Tudo se encaixa
Tudo coopera pro meu bem

Quando se vê pelo lado certo
Muda-se logo a expressão do rosto
Obra de arte pra honra e glória
Do Tapeceiro

Quando se vê pelo lado certo
Todas as cores da minha vida
Dignificam a Jesus Cristo
O Tapeceiro.

Disse ainda o Senhor: Certamente vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento, por isso desci a fim de livrá-lo das mãos dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel. O lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do ferezeu, do heveu e do jebuseu. Pois o clamor dos filhos de Israel chegou até mim, e também vejo a opressão com que os egípcios os estão oprimindo. Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito. Êxodos 3: 7-10

NEIL:
- Como eu gostaria de simplesmente morrer! Se pelo menos eu não tivesse pecado, se pelo menos eu não tivesse colocado a minha família nessa bagunça toda!
A vida de nossa família tinha tomado um rumo errado e eu estava certo de que era tudo devido à minha iniqüidade. Como me odiei! E em meu desespero clamei a Deus.
Ele sempre ouve o clamor daqueles que verdadeiramente O ama e O buscam. Na hora podemos pensar o contrário. Algumas vezes parece que os céus são feitos de metal e que nenhuma de nossas orações penetram no trono de Deus. Mas mesmo quando sentimos isso devido às nossas culpas ou ao pecado habitando em nós, ou devido a ambos, Deus ainda escuta o clamor do coração contrito.
No momento de meu maior desespero, Deus ouviu o meu clamor. Ele viu que eu ansiava a libertação e que desejava servi-Lo com a pureza e a santidade que Ele exigia de mim. Ele sabia que sem uma visão nova, uma palavra de esperança, eu não seria capaz de encarar o futuro e encontrar o Seu alívio.
Sua resposta veio na forma de um curso de casais com a duração de um final de semana em nossa cidade. O Marriage Ministries International (MMI) estava promovendo um Treinamento de Liderança que, por engano, coube a Noline e a mim representarmos a liderança de nossa igreja no curso. Não fiquei totalmente entusiasmado ao dar uma olhada no prospecto. A verdade é que a maior parte dos homens nunca querem realmente participar dessas conferências de casais porque talvez sintam como eu sentia, que se já juraram o seu amor no dia do casamento, o que mais elas desejam deles? (Como eu louvo a Deus por ser mais sábio hoje). Os homens são conquistadores (nós dizemos) e uma vez que o casamento esteja seguro, nossas esposas deveriam saber que nós as amamos. (Soa tão simples para a objetiva mente masculina). Por outro lado, as esposas são criaturas que prezam relacionamentos. Elas farão de tudo para que seus maridos se envolvam da melhor forma possível. Como seria esse encontro?
A seguir:
Eu vou, mas, sem essa de envoltório de plástico!

domingo, 26 de julho de 2009

O vinho se acaba

Foto: Diógenis Santos

Vídeo: O tapeceiro–Stenio Marcius - http://letras.kboing.com.br/stenio-marcius/tapeceiro/

Naquele ponto, a minha luta pessoal interior, a luta com o outro pastor e o meu laço de alma com a mulher tornavam-se um terrível preço a ser pago em minha vida. Eu estava arrasado tanto emocional como espiritualmente e isso teve um efeito devastador em nosso casamento. A meu ver, havíamos chegado ao fim da linha. Nosso barco havia batido nas rochas e as águas estavam entrando rapidamente. Estávamos afundando e não havia nenhum socorro à vista.
Eu estava convencido de que o vinho da minha talha e a de Noline tinha acabado totalmente. Simplesmente não tínhamos o entusiasmo ou o amor do qual havíamos desfrutado no passado. Estávamos simplesmente levando a vida com os restos que havia sobrado de nosso relacionamento. Qualquer estímulo existente entre nós, havia desaparecido. Estávamos frios, secos e sem amor para dar. Nosso casamento transformara-se em um relacionamento vazio e continuávamos juntos apenas pela nossa obrigação e devido a responsabilidade para com as crianças.
E a culpa era inteiramente minha. A grande barreira de mentiras e enganos que eu construíra no passado continuava a nos dividir e não havia uma luz no fim do túnel nem qualquer tipo de brecha à nossa frente pela qual pudéssemos ver. É interessante como cada aspecto do seu caminhar com Deus é afetado quando você não está espiritualmente bem e quando há pecado escondido em sua vida.
A conseqüência daquele pecado escondido estava afetando diretamente o meu ministério juntamente com qualquer esperança para o meu futuro. Meus sermões estavam tão secos quanto minha vida e todos os relacionamentos de meu trabalho na liderança da igreja estavam também condenados ao fracasso. Eu era um homem vivendo sob o jugo da mentira. O que eu poderia fazer?
A seguir:

Capítulo 9 – Buscando ajuda

quarta-feira, 22 de julho de 2009

NEIL:

Serra da Mesa-GO
Foto: Diógenis Santos

Em meio àquela difícil luta, de alguma forma, tornei-me convencido de que tudo estava relacionado ao meu pecado. Não posso dizer a você quantas vezes clamei para que Deus me perdoasse, e eu cria que havia sido perdoado mas, de alguma forma, eu não conseguia enfrentar o meu passado. Havia ocasiões em que sentia a unção de Deus para lidar com as coisas; mas no momento em que eu estava pronto a agir, o inimigo vinha e me ameaçava com os acontecimentos do passado, dizendo:
- Você não pode prosperar porque escondeu o pecado em sua vida.

Naqueles momentos eu recuava na posição defensiva e recebia cada golpe dirigido a mim. Ao receber tais golpes, de alguma forma eu achava que estava fazendo a minha parte para remediar a situação, sofrendo algum tipo de penalidade pelo erro que fizera.
Esse círculo vicioso não tinha fim e fez-me sentir um dos homens mais miseráveis. Sabia que a penalidade pelo meu pecado estava sob o sangue, mas mesmo assim não tinha descanso, sentindo que o pecado ainda me tinha pelo pescoço. Eu estava tão desesperado que, a um dado momento, até considerei acabar com minha própria vida para que minha família se libertasse da carga e da punição que eu estava trazendo sobre ela e sobre o Corpo de Cristo. Aqueles foram os momentos mais críticos de minha vida.
Nesse período, algo muito importante foi conquistado através de minha total humilhação. Eu tinha tempo de sobra para a introspecção e estava convencido da minha incapacidade para proporcionar a minha própria cura. Deus teria que fazê-lo e Ele o faria – de Sua forma, no Seu tempo. Eu estava, então, sujeito a Ele para o quebrantamento final em minha vida.
Durante esse período escuro de minha vida, uma idéia totalmente louca veio à minha cabeça, uma idéia que tinha sua raiz na continuidade do laço de alma. Sabia que o pastor principal, com que eu estava em atrito, considerava muito “a mulher extraterrestre”; assim, numa tentativa desesperada por algum tipo de vitória sobre ele, decidi fazer uma visita a ela. Em meio ao meu pensamento distorcido, coloquei a idéia na cabeça de que se ela demonstrasse preferir mais a mim do que a ele, de alguma forma estranha, eu iria triunfar. Assim que ficamos sozinhos, peguei-a em meus braços e a abracei. Ela empurrou-me dizendo que não deveríamos nos envolver mais e aceitei a recusa. Não havia mais contato romântico entre nós.
Os laços de alma possuem uma estranha dicotomia. Por um lado, pode não haver um relacionamento físico acontecendo, como no meu caso com “a mulher extraterrestre.” Mas, por outro lado, a amarra emocional entre as duas partes pode ser virtualmente eterna e muito forte. Hoje, sei que o único caminho para quebrar qualquer laço de alma com o sexo oposto – seja ele emocional, espiritual ou físico – é ser totalmente transparente com aquele mais próximo de você (seu cônjuge).
Noline e eu, normalmente, não mantínhamos nada escondido entre nós e hoje se aparecer qualquer atração explícita ou não pelo sexo oposto, nós imediatamente confessamos um ao outro, colocamos as coisas para fora e oramos sobre o assunto. Desta forma, ajudamos um ao outro a evitar pecados da carne que possam ganhar um forte poder sobre um indivíduo.
A seguir:

O vinho se acaba

quarta-feira, 15 de julho de 2009

De fato, eu não entendia o que estava experimentando.


Foto: Diógenis Santos
Vídeo Deus cuida de mim - Kleber Lucas
http://www.youtube.com/watch?v=f1UIaWhQA2U

NOLINE:

Neil e eu estávamos tendo dificuldades com o pastor principal e sua esposa, justamente as pessoas que havíamos convidado para juntarem-se a nós no trabalho. Ironicamente, parecia que eles não nos queriam mais na igreja. Neil estava tomando tudo isso como algo muito pessoal, assim comprometi-me a orar por ele e a perguntar ao Senhor se era desejo d’Ele que nós saíssemos. Em meus momentos devocionais matutinos, abri minha Bíblia em Isaías 53. Sabia que esse capítulo tinha a palavra profética relativa à crucificação de Cristo e achei estranho o Senhor dirigir-me a esta passagem para uma palavra em relação a Neil.
Se você alguma vez já teve um versículo saltando para você enquanto lê a Bíblia entenderá o que aconteceu comigo naquela manhã. As palavras que pareciam ter criado vida para mim eram:
Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. Isaías 53:10
Foi isso que o Senhor falou para mim;
- O que está acontecendo com o Neil é obra de minhas mãos. Não se preocupe e deixe-me completar o que comecei nele.
Quando vi minha família passando por aqueles tempos difíceis, instintivamente queria levantar-me e lutar por eles. Era isso que estava sentindo naquele tempo por Neil. Queria levantar-me e lutar pelos direitos dele para trabalhar em nossa igreja. Mas o Senhor estava pedindo-me para não me intrometer. Eu via quão abatido e deprimido ele se sentia dia após dia e eu não podia fazer nada para ajudá-lo. Eu tive que simplesmente afastar-me e assistir ao massacre de meu marido. Com a pressão crescente do pastor principal sob Neil, tudo o que eu podia fazer era orar por ele continuamente. Dou graças a Deus por Sua palavra profética ter me preparado para aquela hora.
Hoje, olhando para aquela situação, posso ver como o Senhor usou o pastor principal como uma ferramenta, para quebrar a dureza do coração de meu marido. Era como assistir alguém fazendo uma cirurgia no coração de Neil sem dar anestesia. Ele estava numa dor terrível e eu queria salvá-lo desta provação horrível. Mas não podia. A palavra do Senhor tanto me restringiu como me confortou durante o processo. Ele me assegurava de que Neil sairia desta “cirurgia do coração” vivo e mudado.

NEIL:

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Conflito na igreja

Cocal da Estação-PI
Foto: Diógenis Santos
Após um tempo, um outro pastor e sua esposa juntaram-se a nós no trabalho. Achamos que aquele casal, que tinha sido amigo íntimo nosso por muitos anos, seria co-pastor ideal e nossos companheiros de ministério naquela igreja. Estávamos tão felizes com sua vinda que o fizemos pastor principal da igreja. Isso, no entanto, foi o começo de alguns tempos muito difíceis em meu ministério, pois ambos éramos tão parecidos que nos irritávamos um com o outro. Quando os problemas surgiam, fazíamos o melhor que podíamos para resolvê-los de forma que continuássemos pastoreando juntos facilmente, mas as coisas simplesmente pioravam. O que nenhum de nós percebia, naquele tempo, era que nossas dificuldades eram, na verdade, a mão de Deus respondendo às minhas súplicas por socorro.
Mas não era isso exatamente que eu tinha em mente. Eu imaginava Deus trabalhando de uma forma bem diferente, mas Ele sabe o que faz e sempre faz tudo certo. Minha escolha seria que Deus fizesse um milagre e removesse tanto o co-pastor como “a mulher extraterrestre”, mas Deus ia, ao contrário, nos retirar de lá. Quão maravilhosos são os caminhos d’Ele! O pastor amigo, que no momento parecia estar causando-me tanta chateação, seria a ferramenta de Deus para livrar-me do passado.
Jesus foi capaz de trabalhar com doze homens de temperamentos e profissões variados; e mesmo tendo opiniões diferentes, Ele era capaz de moldá-los em uma equipe viável. Muitas vezes, quando os líderes de igreja são incapazes de trabalhar suas diferenças é porque há pecado no meio. Jamais devemos pensar que o motivo seja a incapacidade do Espírito Santo em trazer a paz à situação.
Se as pessoas estiverem na defensiva ou se sentirem ameaçadas pela resolução de outros, isto pode ser indicação da presença do pecado. Nesse caso, eu era o problema e não conseguia enxergar isso. Estava convencido de que o outro pastor estava tentando tirar a igreja de nós e isso deixava-me furioso. Afinal de contas, nós estávamos lá primeiro e nós o havíamos convidado! Eu não pensava em outra coisa. Que motivo ele podia ter para tentar manter Noline e eu sob o seu controle? Eu estava lutando por minha vida e pelo meu ministério.
Hoje percebo que o Oleiro Mestre estava trabalhando em minha vida e O agradeço. Ele pode usar a ferramenta que quiser para o Seu trabalho maravilhoso. Eu sou o Seu barro sem valor:
Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum: pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. ROM. 7:18-19

De fato, eu não entendia o que estava experimentando.

sábado, 11 de julho de 2009

Capítulo 8 – A continuidade do laço de alma

Foto: Diógenis Santos

Ora, Diná, filha que Lia dera à luz a Jacó, saiu para ver as filhas da terra. Viu-a Siquém, filho do heveu Hamor, que era príncipe daquela terra, e, tomando-a, a possuiu e assim a humilhou. Sua alma se apegou a Diná, filha de Jacó, e amou a jovem, e falou-lhe ao coração... Disse-lhes Hamor: A alma de meu filho Siquém está enamorada fortemente de vossa filha; peço-vos que lha deis por esposa. Gen. 34:1-3,8

NEIL:

Pouco se sabe sobre essa forte ligação espiritual invisível, normalmente denominada de “laço de alma”. Gênesis expressa isso nas seguintes palavras: “Sua alma se apegou a Diná”. Um “laço de alma” é uma união mística criada quando duas pessoas se unem em um ato sexual. O laço de alma foi criado por Deus como um presente para os casados, já que através do ato sexual (reservado por Deus para o casamento),
Ele pretendeu unir um homem e uma mulher em uma ligação tão poderosa que eles poderiam viver o resto de suas vidas juntos. Quando homens e mulheres têm relações sexuais fora do casamento, o laço de alma é criado de qualquer maneira. Assim, embora a moça e eu tivéssemos concordado em terminar o nosso relacionamento e decidíssemos mudar para outra cidade por propósitos ministeriais, aquilo não solucionou o problema porque aquele laço de alma, criado em nossos momentos de intimidade sexual, não poderia ser tão facilmente quebrado.
Eu estava muito feliz em mudar, pois isso nos levaria para longe daquele lugar e daquela mulher. Agora reconheço minha fraqueza sob esse aspecto, pois eu queria negar a mim mesmo qualquer oportunidade de recomeçar o relacionamento pecaminoso. Permanecendo ali, achei que seria perigoso para minha alma porque a mulher envolvida, a quem comecei a chamar de “a mulher extraterrestre”, tinha então se tornado amiga íntima de nossa família. Mesmo resoluto sobre o término de nosso relacionamento, ela ainda me atraía e se mantinha tão perto de nossa família quanto podia.
Depois de nos mudarmos, “a mulher extraterrestre” continuou a nos escrever, e, depois de um período sugeriu visitar-nos, o que fez viajando uma distância considerável. O nosso trabalho nessa nova cidade era novamente pastoral, como antes, mas havia uma responsabilidade a mais – uma escola cristã. Quando “a mulher extraterrestre” nos visitou, ela logo se entendeu tão bem com o diretor de nossa escola que ele ofereceu-lhe um emprego. Aquilo realmente me atormentou. Essa não! Pensei. Bem quando as coisas estavam ficando melhores, elas começam a ficar de mal a pior! Não havia nada que eu pudesse fazer; assim, ao invés de entrar em pânico, decidi encarar o que quer que acontecesse com uma determinação para, sob quaisquer circunstâncias, impedir que o passado me colocasse de volta no poder da escravidão. Essa determinação não seria fácil de ser mantida.
Quando um laço de alma escondido está em funcionamento, mesmo aquelas pessoas próximas à pessoa afetada geralmente não conseguem entender o comportamento estranho que presenciam. Sempre permanece como um mistério o fato de alguém poder ter tanto controle sobre a outra vida, embora o Espírito Santo o revele. Certa vez, quando “a mulher extraterrestre” estava em nossa casa, pediu que eu colocasse uma cadeira em um determinado lugar da sala de estar. Levantei-me imediatamente e coloquei a cadeira lá. À noite, Noline perguntou-me por que eu tinha deixado nossa amiga tratar-me daquele jeito, principalmente porque eu nunca faria aquilo por ela. O que eu poderia dizer? Estava preso em um relacionamento de laço de alma tão profundo com aquela mulher e não sabia como poderia algum dia livrar-me dele.
“A mulher extraterrestre” aceitou a oferta do diretor de minha escola e mudou-se para a cidade onde estávamos morando. Ela participava da nossa igreja e dava aula em nossa escola. Parecia que eu estava condenado a viver com meu passado pecaminoso que me confrontava a cada dia. No meio de tudo isso, no entanto, eu consegui manter-me sem ter qualquer contato físico com ela. Mas eu não tina a menor idéia de como quebrar o laço de alma ainda existente.
A seguir:
Conflito na igreja

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Qual era o meu problema?


O fardo
Foto: Diógenis Santos

Se eu achava que tinha perguntas não respondidas anteriormente, agora elas tinham se tornado uma verdadeira praga em minha mente e não me deixavam nem de dia nem de noite. Assuntos que eu tinha ouvido em certos lugares começaram a vir à tona em minha mente. Será que eu tinha um tipo de “maldição de geração” que tinha vindo através de minha família? Será que os “pecados escondidos” de meu pai ou dos pais dele chegaram até minha vida? Seria a minha luxúria um sintoma de “possessão demoníaca”? Poderia eu ser vítima da “transferência de espíritos”, quando um problema de luxúria compulsiva cairia sobre mim de outro líder espiritual com autoridade sobre mim? Se eu estava sofrendo algum tipo de influência demoníaca, com quem eu poderia conversar a respeito disso? E poderia um cristão ser possuído pelo demônio? Eu sabia que todas essas teorias eram extremamente polêmicas dentro da igreja e fiquei ponderando. Eu tinha muitas perguntas, mas poucas respostas.

Arrependimento ou remorso?

O meu arrependimento do primeiro pecado havia sido genuíno? Eu pensava que sim. Ou será que eu tinha apenas sentido-me culpado e envergonhado por ter sido descoberto? Será que eu tinha mesmo uma aversão sincera ao pecado? Ou, quando a penalidade do pecado era removida e as coisas pareciam fluir livremente de novo, era fácil esquecer-me de como havia sofrido na primeira vez e fazer tudo de novo? Algo estava errado e eu tinha que descobrir o que era.
Eu tinha bebido o segundo gole mortal. Agora teria de viver com as conseqüências.

A seguir:

Capítulo 8 – A continuidade do laço de alma

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O sonho

Foto: Diógenis Santos

Sonhei que estava andando no corredor de um hospital. Um pouco à frente havia um grupo de pessoas que eu conhecia (embora mais tarde não pudesse lembrar-me quem eram). Quando cheguei na porta de um quarto do hospital, tentaram impedir-me de entrar nele. De alguma forma eu sabia que Noline estava ali dentro e passei entre os amigos na porta e entrei. Fui para o lado esquerdo da cama. Uma enfermeira estava parada ao lado direito. O lençol estava sobre o rosto de Noline e quando o peguei para descobri-la, a enfermeira exclamou:
- Não! Não faça isso! Ela está morta!
Ignorando seu pedido, puxei o lençol para baixo e quando vi aquele rosto pálido, sem nenhum sangue, comecei a soluçar. Fui tomado por soluços tão violentos que atingiam o mais profundo de meu interior, tanto no sonho como fisicamente enquanto dormia. Senti como se alguém literalmente tivesse alcançado o meu ser interior e virado de dentro para fora!
No sonho, subitamente, peguei a mão de Noline, puxei seu corpo sem vida para a posição sentada e disse:
- Noline, em nome de Jesus, levanta e vive!
Naquele instante ela acordou de seu sono mortal e reviveu. Foi naquele ponto que meu sonho, de repente, acabou.
Imediatamente acordei e me pus em alerta e, no mesmo instante, estas palavras invadiram com força minha mente e pensamentos:
Estou matando o amor da minha esposa por mim com esse adultério!
Mais e mais vezes eu ouvia, martelando em minha mente as palavras:
- Estou matando o amor da minha esposa por mim com esse adultério!
Não descobri o significado total do sonho por mais quatro anos. Então, o Senhor revelou-me que aquela “dor interior” era o nosso relacionamento de “uma só carne” o qual eu estava matando. Daquele dia em diante, eu desejei pôr um fim em meu caso ilícito.
Quando o caso terminou, havia ainda tanta dor restante da última confissão de adultério que achei que trazer à tona um segundo caso seria loucura de minha parte. Eu aprendera, pelo caminho difícil, que a confissão sem a cura deixa a pessoa com o coração duro e uma descrença crítica. Isto pode levar a pessoa a achar que “nada adianta mesmo” e pode criar uma desconfiança tanto na habilidade de Deus quanto na de seus servos de trazer uma cura verdadeira e duradoura em sua vida.
Uma coisa era certa: eu era um “homem desventurado” e entendi muito bem todas as palavras do Apóstolo Paulo:
Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? ...De maneira que eu, de mim mesmo... sou escravo da lei do pecado. ROM. 7: 24-25
A seguir:
Qual era o meu problema?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Intimidade

Foto: Diógenis Santos

Vídeo: Sérgio Pimenta http://www.youtube.com/watch?v=TXd1Vrzy_w8

Encontrei-me ansiando pelo período de uma hora e meia em que voltaríamos de carro para casa depois do casamento. Enquanto íamos pelo interior na quietude da noite, ignorei todos os avisos interiores e manipulei a coisa de tal forma para sentar-me ao volante, com a garota ao meu lado. Então quando tive a certeza de que ninguém podia ver-me, peguei na mão dela. Sua resposta foi imediata e afirmativa. Ela segurou minha mão apertada nas suas.
Mais tarde naquela noite, começamos a agir de forma mais inconveniente e desde então aproveitávamos todas as oportunidades possíveis para encontrarmo-nos secretamente. Pouco tempo foi gasto para "conhecermos um ao outro" e logo pus minha mente e minhas paixões a bolar um plano para passarmos uma noite inteira juntos e consumarmos a nossa luxúria. Mais uma vez ignorei a voz de Deus para entregar-me intencionalmente aos desejos carnais.
Tiramos proveito do meu esquema de horários da faculdade para planejarmos o nosso tempo juntos. Decidi que diria a Noline que precisava estar fora por uns dias para estudar para as provas que estavam se aproximando. Dessa forma, poderia passar a noite na casa da moça. O Caminho foi traçado. Novamente, mentiras e enganos foram as ferramentas principais de minha traição e da auto destruição, e, elas funcionaram bem para mim.
Tenho a certeza de que cada leitor perguntará por que eu não aprendi a lição na primeira vez e eu me pergunto isso também. Eu me perguntava o que estava errado comigo. Eu pensava que havia me arrependido do meu pecado e que ele não iria se repetir. Não tinha colocado tudo sob o sangue de Jesus? Eu pensava que sim. O que estava acontecendo? Perguntas deste tipo fervilhavam em minha mente constantemente.
Este segundo gole mortal não era com certeza culpa de Deus. Ele tinha feito o melhor para manter-me longe da queda novamente, mas a minha carne recusou a cooperar, recusou aceitar o que eu sabia ser o melhor para mim na longa corrida. Eu só podia pensar nos momentos temporários de prazer que podia ter em segredo.
Este segundo caso, que ocorreu logo após o primeiro, não durou muito. Um dos fatores que mais contribuiu para seu final foi um sonho que tive. Nunca fora do tipo sonhador ou de grandes revelações. Elas precisam ser muito claras antes que eu diga que são de Deus, mas este sonho era real e claro; e até hoje, lembro-me de cada detalhe dele, como se tivesse acabado de tê-lo.

A seguir:
O sonho

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Tentação

Foto: Diógenis Santos


Fui pego pela tentação enquanto estava assentado na mesa da recepção de um casamento que eu tinha acabado de realizar. Meu joelho encostou, sem querer na perna de uma moça solteira que havia viajado conosco para a cerimônia. Para a minha surpresa, a perna dela não se afastou. De fato, senti seguramente que ela fizera uma pressão para o meu lado. Achei que talvez estivesse enganado, assim decidi testar. Estendi meu pé para a frente e toquei os dela. Novamente, senti um cutucão de volta.
Naquele ponto, senti todo o ímpeto familiar da adrenalina percorrendo pelo meu corpo e tive a certeza de que alguém veria o meu rosto enrubescido. Aquele sentimento de agitação misteriosamente bloqueou a voz silenciosa, mas urgente do Espírito Santo. E podia ouvi-Lo indistintamente dizer alguma coisa sobre a escolha de Moisés em ser maltratado ao invés de aproveitar o prazer momentâneo do pecado, mas as palavras dissiparam-se de forma que não pude ouvir o final do versículo. Eu estava preocupado demais com a comunicação ilícita debaixo da mesa.

A seguir:
Intimidade

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Capítulo 7 – O segundo gole fatal

Foto: Diógenis Santos
vídeo Portas Abertas - Grupo Logos
http://www.youtube.com/watch?v=qupw6cqywZ8&feature=related

Então disse Saul: Pequei; volta, meu filho Davi, pois não tornarei a fazer-te mal; porque foi hoje preciosa a minha vida aos teus olhos. Eis que tenho procedido como louco e errado excessivamente. I Samuel 26:21

NEIL:

Fiquei muito aliviado por Noline ter me perdoado, por nosso casamento ter retomado um aspecto de normalidade e por eu me considerar capaz de olhar a face de Deus novamente pois, no ponto eu que estava, eu jamais imaginara que isso pudesse acontecer outra vez. Isso não era possível. Era?
Embora embaraçados pelo o que havia acontecido, estávamos determinados a prosseguir com nossas vidas. O que faríamos exatamente, não sabíamos. Tínhamos deixado o nosso primeiro pastorado e estávamos vivendo na casa dos pais de Noline em uma cidadezinha de pouco mais de mil habitantes. Ninguém nos conhecia ali e parecia ser um bom lugar para deixarmos nossas feridas serem curadas e começarmos outra vez. Eu decidira fazer alguns cursos na Universidade enquanto acertávamos as coisas.
No entanto, não muito tempo depois de termos mudado para aquele novo lugar, começamos a nos reunir com pessoas que estavam procurando um pastor para o seu pequeno grupo não denominacional. Em apenas duas semanas, tínhamos assumido o pastorado de uma nova comunidade com doze membros e começamos a ter os cultos; e, em poucos meses, a comunidade havia crescido entre sessenta a oitenta membros.
Talvez, parte daquele crescimento deu-se devido à curiosidade acarretada pelo ambiente de cidade pequena, mas, seja qual for a razão, o número de membros continuava a crescer e as ofertas e os dízimos aumentavam a cada semana. Dentro de pouco tempo havia fundos suficiente para mudarmos para a nossa própria casa e desfrutarmos de um estilo de vida com mais conforto.
As pessoas da cidade nos tratavam muito bem e estavam impressionados com o “pregador da cidade grande”, e eu não me incomodava em provar o contrário. Eu adorava a adulação e a autoridade que aquela adulação me trazia.
No entanto, as coisas não voltaram ao normal, em nenhum aspecto. Eu ainda tinha muitas perguntas em minha mente sobre o que havia acontecido comigo, por que e o que eu deveria fazer sobre isso. O meu período de devocional ainda não havia retornado ao seu ardor anterior, e aquilo me atormentava. De fato, eu nunca imaginara o que estava para acontecer.

Tentação