sexta-feira, 29 de maio de 2009

Desapontamento


Foto: Diógenis Santos

Às vezes eu brinco sobre o quanto o seminário arruinou o nosso casamento, mas há mais verdade do que humor nessa colocação. Embora o seminário fosse um lugar para desenvolvermos uma grande visão e o chamado de Deus, foi também o lugar onde sementes sérias do descontentamento foram plantadas profundamente em minha alma. Eu via meus instrutores como grandes exemplos a serem seguidos. Os homens eram habilitados para ensinar e eram poderosos pregadores. Alguns deles tiveram experiências com tremendos reavivamentos em seus ministérios, em tempos e lugares diferentes. Eles eram todos cheios de sabedoria e conhecimento. Eu moldei-me àqueles homens de forma apaixonada, aprendendo a falar, a agir e até mesmo a andar como eles.
Mas Noline simplesmente se recusava a igualar-se. Todas as esposas dos pastores que haviam influenciado nossas vidas tocavam piano, lideravam encontros de mulheres e dirigiam o Departamento da Escola Dominical, menos Noline. Ela apenas não tocava piano como também não tinha o desejo. Eu tinha certeza de que ela estava enganada e eu mesmo comecei a procurar aulas de piano para ela, mas o resultado não foi agradável. Após um breve e infeliz período de submissão forçada por parte dela, ambos concordamos que seria interessante se todos abandonássemos tal idéia.
Sem aulas de piano, parti para o “controle de prejuízos” – ensinar Noline as técnicas de como liderar encontros de senhoras. Isso também não funcionou já que Noline, por natureza, é introvertida. Ela não se sentia tranqüila dirigindo encontros de senhoras e, no final, recusou tentar. Em minha mente, ela estava em situação de grande desvantagem.
Sem saber, eu tinha descoberto uma das maiores forças de Noline – a teimosia. É uma qualidade poderosa quando usada para as coisas certas. Noline não abre mão quando se trata da justiça, da leitura da Bíblia, dízimo, oração e outras questões espirituais. No entanto, quando é para fazer algo que ela não quer, pode esquecer! Nenhum poder terreno (ou marido ansioso) consegue dobrá-la. Isso me irritava tanto que, ao invés de perceber que eu havia descoberto um ponto forte – eu não apreciava sua teimosia de jeito nenhum, achava que isso era um obstáculo para o nosso ministério.
Encontrei a mesma teimosia quando tentei “ajudá-la” a cuidar do Departamento da Escola Dominical como qualquer outra mulher “normal” de pastor. Finalmente, tive de admitir que não havia razão para Noline ser a responsável quando havia tantas outras mulheres extrovertidas para fazê-lo.
Essa falta de vontade por parte de Noline, de assumir o papel tradicional da mulher do pastor, tornou-se um dos aspectos mais polêmicos de nosso casamento que me tirava a atenção. Por que ela – sabe-se lá por que razão – recusara-se a se encaixar no conceito que eu idealizava para a mulher de pastor? E, se ela recusava ser o que ela deveria ser, como eu poderia realizar meus próprios sonhos de sucesso?
A questão havia chegado ao fim quando nos formamos, pois Noline tinha dado à luz a mais duas crianças. Para a minha total frustração, naquele tempo ela considerava as crianças seu primeiro ministério, preferindo-as acima de todos os deveres tradicionais da mulher de pastor: deveres que eu considerava muito importantes. O que eu poderia fazer? Finalmente, percebi que não tinha escolha nessa questão. Eu teria que acostumar-me a isso.
Como nós não concordávamos com as questões de ministério e pelo fato do ministério ter se tornado a minha vida, a “dupla dinâmica” começou a desentender-se mais e mais quando assumimos o pastorado. Se conseguíssemos ver a verdade, éramos ambos novos e inexperientes demais para pastorearmos; mas, em minha mente, eu estava perseverando e me esforçando para ser um “poderoso homem de Deus”, enquanto Noline não estava fazendo nada para ajudar-me a ser o perfeito pasto. Enquanto ela devotava a sua vida para cuidar das crianças, eu julgava e desprezava seus esforços porque, através de minhas perspectivas, ela tinha uma falta de compromisso para com o dever do ministério. Então, comecei a centralizar nela a minha frustração e crítica e a racionalizar minhas próprias inabilidades e defeitos. Isso pode soar familiar para outros homens no ministério.
Esse padrão de culpar outros seguiu-me durante o meu ministério pastoral. Quando eu não culpava Noline, culpava outras pessoas de nossa congregação. O único indivíduo que eu não abençoava com o dom da crítica era eu mesmo. Eu, simplesmente, não podia ver o quanto eu era a causa do problema!

Uma nova aproximação

Uma vez que o nosso relacionamento já não era tão feliz e amoroso como esperávamos que fosse, Noline e eu começamos a estudar tópicos sobre casamento, relacionamentos e personalidades. Queríamos saber o que havia de errado conosco. Cada um de nós fez uma lista e através das respostas tentamos descobrir nossas personalidades e “perfis da alma”, nossos dons espirituais e temperamentos. O processo ajudou-nos um pouco; mas, na maior parte do tempo, eu ficava mais irritado com Noline por ser tão introvertida e não me ajudar no meu ministério.
A ironia nisso tudo era que eu ainda amava Noline e me sentia muito atraído por sua personalidade e temperamento; mas, quando se tratava do ministério, sentia que precisava de alguém que fosse completamente o oposto dela. Eu queria um outro eu.
A raiz de nosso problema, tenho certeza, era realmente o meu orgulho. Eu queria que Nolime me fizesse parecer bom. Eu esperava que ela complementasse o meu trabalho no ministério e, quando ela não o fazia, (ou não podia) eu me frustrava. Comecei a alimentar pensamentos secretos de admiração por outras mulheres que tinham talentos em áreas nas quais achava que Noline deveria ter. “Se Noline fosse assim, se ela pelo menos pudesse cantar e tocar como a Jane ou liderar a Escola Dominical como a Helena, poderíamos fazer grandes coisas!”
O fato é que Noline não era outra pessoa. Ela era Noline. E quanto mais eu tentava pressioná-la para uma ou outra função, mais ela batia os pés. Eu sentia que havia sido pego numa armadilha., mas a armadilha era eu mesmo. Eu estava buscando a minha própria ambição egoísta, não a saúde do Reino de Deus. Eu vi isso claramente, tempos mais tarde, já mais maduros e depois de termos permitido que o Senhor fizesse um trabalho profundo e duradouro em nossas vidas. Estou convencido de que se eu tivesse sido discipulado como um broto compassivo, teria crescido como uma árvore reta e direita. Ao contrário, eu carregava as cicatrizes, as torções os nós de uma árvore que já conhecera tempos difíceis – sem mencionar o que causei às árvores ao meu redor.

Dúvidas crescentes

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Novas regras

Naquele tempo, no entanto, nós éramos ainda felizes recém-casados. Dois dos melhores anos de minha vida foram 1972 e 1973. Em 1972, a minha conversão dramática e o batismo subseqüente no Espírito Santo tinham limpado o meu pecado e quebrado o poder demoníaco das drogas sobre minha vida. O Espírito Santo tinha feito o trabalho e eu estava pronto para obedecê-lo totalmente, pois eu estava consumido pelo ardor do Senhor. E então, em 1973, nós finalmente nos casamos.
Quando fui salvo, ninguém teve que dizer-me para tirar a vestimenta hippie e vestir um terno. Isto foi automático. Infelizmente, eu estava tão ansioso para mudar tanto a vida de Noline quanto a minha – gostasse ela ou não. Ela desfilava à minha frente com cada um de seus vestidos diferentes e se eu decidisse que ele era muito curto, era deixado de lado e nunca mais usado. Eu também decidi que ela não deveria usar maquiagem porque apresentar-se como ela se apresentava não era considerado espiritual.
Anos mais tarde, arrependi-me por ter sido um home chauvinista. Eu não tive consideração pelo que Noline sentia ou gostava. Eu não pedira sua opinião sobre aquelas coisas e nunca considerei que ela poderia sentir-se desconfortável usando as coisas que eu aprovava.
Pouco depois de termos nos casado, Noline havia feito um compromisso com o Senhor, fora batizada nas águas e cheia do Espírito Santo. Nesse tempo fomos abençoados experimentando um tempo de reavivamento na igreja toda, especialmente entre os jovens. O Senhor tinha ouvido o clamor deles e estava se movendo de uma forma sobrenatural para salvá-los. Noline e eu, no entanto, estávamos “no fogo” pelo Senhor em 1973 e, naquele ano, como marido e mulher reconhecemos o chamado de Deus sobre nossas vidas.
Eu pensei seriamente em estudar em um seminário no Canadá. Felizmente, havia um número suficiente de interessados nesta área e nossa denominação estabeleceu um seminário nacional que foi aberto em nossa cidade natal Como estávamos morando em outra cidade naquele tempo, planejamos voltar.
Nós quase não podíamos esperar pelo dia da mudança, guardar a nossa mudança num depósito e ir para o seminário. Nossa pequena Debbie nascera em 27 de agosto daquele ano e ficamos contentes em ouvir que haviam preparado serviço de creche para os filhos dos alunos do seminário.
No outono de 1974, Noline e eu assistimos as nossas primeiras aulas e começamos o nosso treinamento básico para o ministério. Tivemos três anos de aulas bíblicas e então fomos requisitados para investir dois anos num campo missionário ou em treinamento da igreja local antes da ordenação. Preenchemos todas as exigências nos próximos cinco anos e fui então ordenado e tornei-me o pastor principal da igreja em nossa cidade.

Desapontamento

Capítulo 4 - Nuvens de tempestade se aglomeram


Foto: Diógenis Santos

Saindo tu, ó Senhor, de Seir marchando desde o campo de Edom, a terra estremeceu; os céus gotejaram, sim, até as nuvens gotejaram águas. Os montes vacilaram diante do Senhor, lá o Sinai diante do Senhor Deus de Israel. Juízes 5:4-5

NEIL:

Treze de janeiro de 1973: dia de nosso casamento! Estávamos alegres, entusiasmados e definitivamente aliviados por estarmos livres da pressão intensa de viver no pecado. Nosso sonho de infância tinha se tornado uma realidade. Finalmente éramos marido e mulher! Agora poderíamos beber livre e profundamente o “vinho”, ou seja, o nosso amor cheio de paixão um pelo outro, sem culpa. Nossa intoxicação de um com o outro parecia ser sem fim e nossas vidas e o casamento pareciam ser maravilhosos. Passamos a nossa lua-de-mel em um chalezinho a uns vinte e quatro quilômetros da cidade. Durante quatro dias inesquecíveis divertimo-nos nadando, comendo e fazendo amor. Passamos os últimos seis dias de meus dez de folga do serviço militar e começamos a fazer planos para o futuro. A vida não era tão fácil como havíamos imaginado e não tivemos que esperar muito tempo para a nossa primeira discórdia.

Os primeiros confrontos


Foto: Diógenis Santos

- O quê? Exclamou Noline.
- Você quer que nos levantemos e nos aprontemos em nosso primeiro domingo para irmos à igreja, um dia depois de nosso casamento?
Os meus argumentos eram perfeitamente lógicos para mim. Da mesma forma como eu havia vivido para o mundo, agora eu queria viver para Deus – mesmo que isso significasse “provar a mim mesmo a minha fé” à custa dos sentimentos de minha esposa, um dia depois de nosso casamento. Um pouco de minha insistência pode ter sido motivada também pelo desejo de receber a aprovação das pessoas ao meu redor.
Estávamos começando uma nova vida juntos, um com o outro e com o Senhor e queríamos começá-la direito. Assim insisti, saí e comecei a puxar minha esposa a reboque, correndo para chegar à igreja na hora do culto matutino. Este incidente poderia ter sido um motivo para alarme. Eu realmente teria que aprender a viver o meu cristianismo sem ser religioso.
Nos anos que se seguiram, crei9o que algumas vezes criei uma camuflagem religiosa para impedir que as outras pessoas vissem o que realmente acontecia dentro de meu coração. Sentia que precisava parecer bom para os outros e tinha medo de que, se as pessoas conhecessem o meu verdadeiro eu, elas não me aceitariam. Parte disso devia às sementes de rejeição plantadas em minha infância.

As sementes de rejeição e os ramos resultantes

Meus pais foram excelentes provedores para nós, mesmo nos tempos difíceis. Enquanto crianças, nunca sentimos o peso dos tempos difíceis porque eles se submeteram ao sacrifício. No entanto, quando significava envolverem-se em minha vida, eles simplesmente não estavam por perto, o que tornou-se em uma semente que germinou mais tarde em minha vida.
Meus pais nunca me rejeitaram abertamente, pelo contrário; mas nunca deram o carinho paternal ou maternal de que eu precisava. Ambos trabalhavam das 8 às 5 horas e raramente estavam em casa. Consequentemente, cresci sem limites, indo e voltando ao bel-prazer.
Havia outros aspectos de rejeição que eu sentia. Lembro-me exatamente de meus sentimentos quando, na idade dos seis anos e no primeiro grau muitos de meus colegas ganhavam um beijo do pai ou da mãe quando eram deixados na escola. Este tipo de coisa nunca era feito em casa. Quase não havia nenhuma demonstração de carinho mesmo. O fato de ver o afeto que outras crianças recebiam tocava-me profundamente e, certo dia, decidi que ganharia um beijo de minha mãe antes de sair para a escola no dia seguinte.
Já que eu ia a pé para a escola, meu beijo teria que ser recebido em casa. Assim, na manhã seguinte, após o café levantei-me da mesa, dei a volta até o lugar onde minha mãe estava sentada e dei um beijo de despedida. Este simples ato tornou-me a razão de escárnio para a família. Todos na família – meu irmão mais velho, minhas duas irmãs e até mesmo meus pais – riram e fizeram gozações por eu “beijar a mamãe”. Mesmo tão novo, fiz um voto de jamais me embaraçar daquele jeito novamente e é claro que jamais me esqueci do acontecimento.
A rejeição é como a raiz principal que vai bem fundo e afeta quase toda a área de nossa vida. O apóstolo Paulo fala sobre ela: E, se forem santas as primícias da massa, igualmente o será a sua totalidade; se for santa a raiz, também os ramos o serão (Rom. 11:16). Anos mais tarde, percebendo que o oposto também era verdade, comecei a identificar os vários ramos que estavam saindo desta raiz principal.
Ramo 1: Justificação compulsiva e racionalização. Eu me justificava constantemente – estando certo ou errado – porque temia ser rejeitado se tomassem conhecimento de que eu tinha feito algo errado.
Ramo 2: Falha em dizer “Não!” nas áreas de compromisso moral. Uma vez que eu ganhava a consideração de alguém, parecia que eu jamais poderia dizer não – mesmo quando o relacionamento caminhava sobre um gelo fino. Eu nunca seguia a saída que o Senhor providenciava, por ter medo de machucar os sentimentos da outra pessoa ou de ser rejeitado.
Ramo 3: Eu tinha “coceira nos pés”. Eu queria sempre mudar-me para pastos melhores e mais verdes. Uma vez estabelecido em uma nova área, minha tendência era mudar-me. Enquanto eu ainda era novo entre as pessoas, eu podia conseguir grande aceitação delas; mas no meu íntimo eu temia ficar muito tempo em um só lugar e perceber que as boas vindas se esgotariam e eu seria rejeitado. Eu evitava encarar o meu medo arrumando a mudança antes que alguém tivesse a chance de rejeitar-me.
Ramos 4: Eu era um escravo do desempenho. Gráficos eram dependurados em minhas paredes para que eu pudesse acompanhar tudo o que estivesse acontecendo no ministério. Eu era um escravo daqueles gráficos porque o desempenho governava a minha vida. A falta de desempenho ou o mau desempenho era o combustível para a rejeição, assim sentia que simplesmente tinha que ganhar a aceitação dos supervisores. Sentia que se trabalhasse bastante e desempenhasse de forma excepcional, meus superiores ficariam agradecidos e eu poderia, de alguma forma, alcançar um lugar de respeito entre eles.
Estas atitudes não eram saudáveis e, eventualmente, me levariam à qeuda. Estas sementes plantadas tão profundamente em minha vida um dia brotariam para desafiar e quase destruir o nosso casamento. Somente depois dessa raiz ser exterminada pela “espada de dois gumes” da Palavra de Deus é que poderíamos estar libertos para crescermos juntos sem medo.

Novas regras

terça-feira, 26 de maio de 2009

Capítulo 3 – Vivendo na areia, antes da tempestade

Praia de Bitupitá-CE

Foto: Diógenis Santos

...porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração... E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína. Mat. 6:21, 7:26-27

NOLINE:

Quando Neil entregou o seu coração a Jesus, pensei que meus pais finalmente o aceitariam e dariam a sua bênção para nosso relacionamento. Entretanto, eu não estava preparada para a reação deles. Eles ainda estavam céticos com relação a Neil; e, a cada dia que se passava, meu medo de perder o homem que amava para outra mulher crescia. Aumentou ainda mais quando Neil foi recrutado pelo exército para lutar na Guerra Civil da Rodésia. O medo dele morrer na batalha, sem nunca termos consumado o nosso amor, era, às vezes, maior do que eu podia agüentar. Eu simplesmente não podia aceitar a possibilidade de viver sem Neil.
Eu me apavorava com o dia em que ele teria que sair para o treinamento básico e, quando aquele dia finalmente chegou, gastamos o dia todo e a noite juntos, conversando e olhando dentro dos olhos, imaginando se nos veríamos novamente. Como poderíamos nos despedir? Parecia impossível.
Foi um dia amargo de partir o coração, de um medo paralisador e de um amor incontrolável; com nossas emoções alteradas, fizemos o que eu jamais pretendera fazer antes do casamento. Nós nos entregamos, de forma incontrolada, um ao outro, numa intimidade sexual.
Nunca culpei Neil pelo que aconteceu naquela noite, pois eu o queria tanto quanto ele me queria. Foi uma decisão mútua e errada que teria conseqüências duradouras.
Eu sempre pretendera e desejara esperar até a nossa noite de núpcias, mas naquele momento tudo que eu queria era ter Neil perto de mim. Minhas ações, naquela noite, não se justificavam “só porque eu o amava” e minha ligação emocional não legitimava a nossa decisão de dormirmos juntos. O que fizemos foi errado e levei muitos anos para perdoar-me em Cristo e mudar a auto-imagem de alguém que falhara. Só muitos anos mais tarde fui finalmente liberta do espírito de medo que começou a influenciar minha vida naquela primeira noite e que continuou por muitos anos depois dela.
NEIL:
Fuga das impurezas da juventude

Não é de se surpreender que a Palavra de Deus nos previne para “fugir da imoralidade sexual” (1 Cor. 6:18). O impulso sexual humano é uma paixão dada por Deus. Jamais devemos lutar contra ele. Devemos fugir dele até nos casarmos. É apenas no contexto do casamento que uma relação sexual pode ser nutrida e cultivada de forma saudável.
Noline e eu nos amávamos, mas a impureza e a impaciência controlaram os nossos corações e emoções acordando o gigante da paixão sexual que estava dormindo.
Sempre me culpei pelo que aconteceu naquela noite. Noline sempre se mantivera pura. Pensando agora, o período em que ficamos longe um do outro a pressionara a ter uma intimidade e fora mais fácil para ela ceder naquela noite do que resistir.
As coisas nunca foram as mesmas depois daquela noite. Dormimos juntos naquela noite e, de manhã, Noline levou-me ao quartel para alistar-me par ao treinamento básico;mas devido às nossas ações, havíamos nos perdido numa paixão que nenhum de nós fora capaz de controlar.
Continuamos a nos encontrar todas as vezes que eu conseguia um passe para fim-de-semana e não havia jeito de retroceder e apenas pegarmos na mão. Parecia impossível voltar. Amávamo-nos tão apaixonadamente que, apesar de nossas melhores intenções não nos controlávamos e acabávamos nos entregando um ao outro em cada visita.
Quando Noline me disse pelo telefone que estava grávida, fiquei exultante com a idéia de ser pai; mas, mais do que qualquer outra coisa, eu fiquei aliviado pois, finalmente, teríamos uma desculpa para nos casarmos. A notícia não foi tão bem aceita por nossos pais, especialmente pelos dela. Ficaram grandemente desapontados com sua filha. Daquele dia em diante, no entanto, sentíamo-nos justificados para dormir juntos. Afinal de contas, dizíamos para nós mesmos: - Deus já nos vê casados, mesmo que nossos pais não nos vejam.

Quase um ano após o dia em que eu entregara a minha vida a Cristo, entramos em um aliança de casamento, o mais sagrado de todos os relacionamentos humanos, com um novo membro da família já a caminho. Seríamos bem-sucedidos como marido e mulher e como pais responsáveis? O tempo diria.
Eu pensava que estava pronto para estar casado e pronto para ser pai, mas olhando para trás tenho certeza de que não estava pronto para nenhuma das responsabilidades. Anos mais tarde iria me perguntar constantemente qual tinha sido a causa da minha falha, pois eu havia, de fato, falhado com Deus, falhado com minha esposa, falhado com meus filhos, falhado com minha família e falhado com minha congregação.
Muitas coisas se colocaram diante de mim com respeito aos meus primeiros anos de vida e fizeram-me crer que, se eu tivesse recebido, bem cedo, uma educação, uma disciplina, uma instrução própria nos caminhos de Deus, talvez eu pudesse ter evitado minha queda. De qualquer modo, é válido mencioná-las.
Quando mais tarde, analisando minha vida, identifiquei rebelião, egoísmo, desejo de aprovação e uma necessidade propulsora de ser bem-sucedido, percebi que todos os fatores contribuíram, de uma forma ou de outra, para que eu pecasse.
A falta de disciplina foi uma das maiores áreas de falha em minha vida. Eu não apenas necessitava de auto-disciplina, mas ficava ressentido quando alguém tentava disciplinar-me. Arrependia-me desta falha repetidas vezes. De alguma forma, sentia que era esta falta de disciplina e rancor para com as autoridades que me permitiram eventualmente abrir a porta para algo que Deus despreza em um homem – a rebelião.
Quando criança, nunca conheci a segurança e a tranqüilidade advindas das restrições de uma disciplina bíblica dos pais. Gritos e berros pareciam ser a forma preferida de “disciplina” em nossa casa. Quando fiz quinze anos, eu já sabia a resposta quando pedia para usar o carro de minha mãe para ir a uma festa.
-Não!
Minha reação era sair de fininho de casa, empurrar o carro para baixo da rampa em direção à rua, fazer “ligação direta” e rodar até meus amigos.
Meu pai me pegou nesta última fase uma noite,quando eu trazia o carro em ponto morto pela rua. Ele tinha me escutado antes e estava esperando por mim. Seu método de lidar com a situação, como era de se esperar, era um falatório extraordinário, e pronto! Não aplicava disciplina e não havia conseqüências para minhas ações - só gritaria.
Uma outra vez, quase tive uma overdose com barbitúricos na escola. Fiquei com náuseas, desorientado, sem nenhuma cor no rosto e comecei a tremer. Fui levado à enfermeira da escola e logo em seguida visitado pelo diretor. Uma olhada em minhas pupilas já disse tudo (elas estavam do tamanho de uma pontinha de alfinete). O diretor chamou meu pai e mandou levar-me para casa. Quando ele me pegou, perguntou-me se eu havia tomado drogas. Disse-lhe que não e este foi o fim do confronto. Naquele ponto parecia que ele não queria dominar-me e esta falta de firmeza de meu pai fez nada a não ser encorajar-me a uma vida contínua de rebelião. Já que parecia que eu sempre conseguia “safar-me das bandidagens” em casa, sem conseqüências, iniciei minha vida adulta com a crença de que poderia fazer o que quisesse e livrar-me de tudo.
Devido à minha falta de disciplina fui incapaz de resistir quando as portas da tentação abriram-se para mim.
Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então a cobiça, depois de haver concebido, dá a luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Tiago 1:14-15
Também, enquanto novo ainda, comecei a gastar uma grande parte do meu tempo, com minha lista de mentiras e tramas que iam sempre aumentando. Mas o engano é bem astuto. Ao organizar sua lista para enganar outros, a doença infesta seu coração e sal mente conduzindo-o a acreditar mesmo que o que você está fazendo é certo. A Bíblia diz:
...mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. 2 Tim. 3:13
Eu comecei a dizer a mim mesmo:
- Ei, não estou fazendo nada de errado mesmo. Isso faz parte da vida.
Hoje estou convencido de que o caráter cristão é formado nas crianças através da disciplina amorosa, baseada nos assuntos espirituais, ensinando-as a orarem e a lerem a Bíblia e freqüentando a Escola Dominical com regularidade. É o caráter cristão que forma a fibra forte que nos carrega durante os dias difíceis da vida. As pessoas sem caráter sempre verão as coisas mais preciosas da vida escorregarem pelos dedos.
Uma senhora, certa vez, telefonou para um programa de rádio para perguntar onde ela poderia encontrar uma companhia “para fazer o melhor empréstimo, com o qual pudesse pagar as minhas dívidas” para que ela pudesse continuar a gastar seu cartão de crédito desenfreadamente. Aquela mulher não precisava resolver o seu problema de dívida, mas sim corrigir a sua falta de disciplina nos seus hábitos consumistas. Em outras palavras, ela precisava viver com os seus rendimentos, cortando todos os gastos extras para adequar os gastos e as entradas, mesmo sendo difícil Se tudo o que ela fizesse fosse pagar os seus débitos com um empréstimo, um ano mais tarde ela teria seus empréstimos mais os doze meses de dívidas do cartão de crédito para pagar!
Eu estava na mesma situação desta rainha do cartão de crédito, só que o meu problema era moral, não financeiro. Cada vez que eu tomava uma decisão moral errada, desejava o perdão para o meu ato errado, mas o problema real era muito mais profundo e mais sério do que os erros que eu esta cometendo. Eu não tinha o caráter cristão que só pode ser desenvolvido com uma forte disciplina amorosa e com direções claras e definidas.
Minha nova vida em Cristo colocou Noline e eu mais próximos do que jamais havíamos estado antes, mas faltava em mim o caráter para desenvolver o relacionamento nos caminhos de Deus. Noline tinha permanecido sincera consigo mesma e com o Senhor durante meus anos rebeldes de drogas e fornicações e eram essas qualidades que me atraíam a ela. O fato de que ela sempre recusara avanços sexuais durante o nosso namoro não diminuíra a minha admiração por ela. De fato, isso apenas reforçou o seu valor diante de meus olhos.
Então, quando fui recrutado para o exército, nosso romance parecia aprofundar-se cada vez mais, a cada dia. Eu sabia, sem qualquer sombra de dúvida, que ela era a garota com quem eu queria a me casar e, além disso, ambos éramos cristãos agora. É claro que isso era algo muito importante. Resultado final de minha teorização, no entanto, levou-nos a muitas feridas e à perda do respeito por parte de nossas famílias e colegas durante um longo período.
Alguns podem dizer que o nosso relacionamento premarital fora inevitável. Tenho ouvido dizer que, se você gasta trezentas horas com uma pessoa do sexo oposto, ou você termina o relacionamento, ou irá torná-lo mais íntimo. Nós estávamos passando mais e mais tempo juntos e nos tornando cada vez mais íntimos.
Durante a minha vida de pecado, eu desenvolvi o meu talento em pressionar as moças para se entregarem sexualmente a mim e, quando apliquei essas qualidades para conseguir que Noline fosse para a cama comigo, antes de sair para o treinamento militar, não considerei isso uma manipulação – já que eu tinha certeza de que ela me queria tanto quanto eu a queria. O que eu não percebi foi que eu estada desagradando a Deus e colocando um precedente perigoso para a minha vida futura. Eu esta vivendo na areia, antes da tempestade.

Capítulo 4 – Nuvens de tempestade se aglomeram

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O vinho natural do amor jovem


Foto: Diógenis Santos

Tão logo alcancei as ruas familiares de minha cidade natal, a primeira coisa que quis fazer foi procurar Noline Wakefield. Nos conhecíamos desde os doze anos de idade e ela era muito especial para mim.
Nunca me esquecerei das circunstâncias de nosso primeiro encontro. Em um verão, um amigo da frente de minha casa convidou-me para acampar com um grupo de amigos. Eu disse:
- Legal! Interiormente fiquei pensando porque tinha que pagar tanto para acampar. Pouco a pouco, percebi que eu havia pago por uma semana de acampamento de uma igreja Batista. (Foi bom ele não ter me dito toda a verdade, pois se soubesse a verdade eu nunca teria ido a uma atividade de igreja – principalmente tendo de pagar por ela!)
No momento em que cheguei ao acampamento, percebi que havia cometido um engano. Graças ao meu “amigo” eu estava então enfiado naquele pesadelo, com algumas pessoas esquisitas que ficavam sempre cantando e indo a uma reunião de igreja, uma após a outra. Tentei não ir aos cultos naquela semana, mas eu encontrei algo lá, fora das minhas expectativas, que valia a pena. Encontrei uma menina superinteressante e simpática. Ela era mais velha que eu, mas quando chegou a hora da despedida, ela apresentou-me sua irmã que tinha a minha idade. Pensei comigo mesmo: Afinal de contas, até que não foi uma semana tão ruim!
Uma semana depois, fiz uma visita a minha amiga e sua família. A sua irmã era legal – embora ela me perseguisse pela sala de jantar com pincéis mágicos. Ela parecia um pouco imatura para doze anos, mas era muito divertida. Eu achei Noline Wakefield bonita e pus em minha cabeça que gostaria de vê-la novamente. O sentimento foi mútuo. De fato, após aquele primeiro encontro, Noline e eu nos tornamos namoradinhos de infância.
O tempo que passamos juntos nos anos seguintes foram como algo tirado de um conto de fadas. Fazíamos as coisas juntos, como uma equipe, tanto a limpeza de uma casa de coelhos quanto algum trabalho de verão. O único obstáculo para o nosso romance infantil era que os pais de Noline não o aprovavam por eu não ser um cristão; mas não deixamos isto nos atrapalhar. Logo no começo, sentimos que éramos destinados um para o outro – com ou sem a permissão dos pais dela. Nós tínhamos muito do vinho natural entre nós e estávamos intoxicados de amor um pelo outro. O livro de Cantares de Salomão parecia ter sido escrito especialmente para nós:
Arrebataste-me o coração, minha irmã, noiva minha; arrebataste-me o coração com um só dos teus olhares, com uma só pérola do teu colar. Que belo é o teu amor, ó minha irmã, noiva minha! Quanto melhor é o teu amor do que vinha, e o aroma dos teus ungüentos do que toda sorte de especiarias! Encontraram-me os guardas, que rondavam pela cidade. Então lhes perguntei: Vistes o amado da minha alma? Mal os deixei, encontrei logo o amado da minha alma; agarrei-me a ele e não o deixei ir embora, até que o fiz entrar em casa de minha mãe, e na recamara daquela que me concebeu. Cantares de Salomão 4:9-10, 3:3-4
Ao olharmos para trás, para aqueles dias, sabemos – sem sombra de dúvida – que a profunda amizade que desenvolvemos logo cedo foi a única coisa que nos segurou juntos mais tarde durante a nossa vida e capacitou-nos a sobreviver às tempestades que nos sobrevieram.
Apesar do meu amor por Noline, meus anos de adolescência não foram nada puros. Bem cedo, percebi que os meninos que mais se divertiam eram os arruaceiros e decidi andar na companhia deles, ao invés de concentrar-me nos estudos. Assim, desde bem novo, associei-me à multidão errada. A fornicação era desenfreada entre estes amigos. Eles sabiam quem era “fácil”, e já que eu tinha uma falta de disciplina séria em minha vida, não tinha forças para resistir a tal tentação aberta e disponível. Apesar dos fortes sentimentos que tinha por Noline, que era o meu oposto, envolvi-me com a imoralidade muito cedo.
Com uma formação cristã forte, Noline tinha entregado o seu coração ao Senhor com cinco anos e tinha crescido em uma casa com hábitos cristãos, onde a Bíblia era o padrão do certo e do errado. Suas motivações e o seu modo de vida eram virtuosos e puros. Ela tinha recebido uma disciplina amorosa em sal infância, algo que não havia em meu lar. Dizia firmemente NÃO às áreas de compromisso pessoal e, embora me irritasse, aquilo fazia com que eu a respeitasse mais. Infelizmente, eu não tive a determinação par manter-me puro para ela e saciava meus desejos com outras moças, de vez em quando.
Noline era completamente diferente daquelas outras meninas e eu sabia em meu coração que ela era a garota com quem queria me casar. Mais do que qualquer coisa em minha vida, eu queria ter esta virgem pura como minha esposa para sempre. Aos quinze nãos, nos considerando maduros o suficiente, perguntamos à mãe de Noline se podíamos nos casar. Aquilo foi um grave erro.
Sua mãe nos proibiu de vermo-nos e preveniu-a para evitar-me a qualquer custo. Cada vez que sua família passava de carro em frente de nossa casa, ela dizia:
- Noline, olhe bem aqueles meninos!
Noline obedecia, olhando “cuidadosamente” para mim pois assim ela podia acenar e mandar-me um beijo secreto. Nós nos amávamos e sonhávamos continuamente com nosso futuro juntos.
Continuamos a namorar durante o segundo grau, mesmo quando eu me encontrava com outras meninas, escondido. Noline era boa para mim. Ela me amava pelo o que eu era e não pelo o que eu fingia ser na frente de minhas parceiras. Quando eu queria ser apreciado, visitava Noline. Quando queria festejar e bagunçar, buscava a companhia das outras amigas.
Antes de eu fazer aquela viagem fatal para a África do Sul, eu tinha pedido para Noline ir junto. Ela recusou, desejando terminar o seu curso. Isto, mais o fato de eu não ter escrito a ela da África do Sul, levou a um esfriamento total de nosso relacionamento e ambos começamos a namorar outras pessoas.
Mesmo assim, Noline era a primeira pessoa que eu desejava ver quando desci do trem. Logo descobri que ela estava numa Universidade e tinha o seu próprio carro; e, quando a vi, ela esta tão linda como sempre. Foi difícil entender a sua reação quando me viu novamente, logo de cara. Primeiro, houve um leve choque em sua expressão facial, pois a minha aparência era mesmo chocante. Eu tinha mudado completamente e já não era mais o mesmo “menino da rua debaixo” com quem ela tinha crescido.
Houve um certo embaraço em nosso encontro porque éramos de mundos diferentes no pensamento e na vida, mas, apesar de minha aparência chocante e do embaraço do momento, eu podia sentir que Noline estava feliz em me ver. Se em algum momento eu duvidara, naquele dia eu tive a certeza de que eu realmente a amava e queria viver com ela o resto de minha vida.

Salvo!

No final da semana seguinte, Nolie e sua irmã tentaram levar-me à igreja.
-Não, não vou à igreja, respondi.
- Eu não preciso de igreja. Eu só preciso de um cigarro de maconha.
Apesar de minha falta de cooperação, Noline sentava-se quieta enquanto sua irmã recém-casada e seu cunhado testemunhavam sobre o amor de Jesus Cristo pelos pecadores.
Quando fiquei sabendo que Noline planejava visitar sua irmã, que morava a uns 160 quilômetros de distância, eu comecei a planejar ir junto com ela.
- Quer uma companhia? Perguntei.
- É claro, Noline respondeu.
E foi assim que aterrissei naquele sofá para ouvir e aturar aquele sermão particular. Aquela simples visita havia se transformado em uma “Guerra Santa” entre os cristãos e o infiel. Finalmente, bati o pé e disse que não iria ao culto e eles desistiram.
Ufa, do culto da manhã estou livre, pensei vitorioso. Sua irmã e o cunhado foram à igreja e Noline e eu finalmente tivemos algum tempo juntos para recordarmos os velhos tempos e falarmos sobre nossos amigos.
Quando os outros voltaram da igreja, a Guerra Santa recomeçou.
- Por favor, você vai ao culto da noite? Por favor? Perguntavam-me novamente.
Gente persistente! Pensei.
- Ta bom! Finalmente aceite, só para livrar-me deles. Embora tivesse sido batizado quando bebê, crescera sem igreja. Eu fora à igreja umas poucas vezes em minha vida e até que não tinha achado tão mal, por isso concordei em ir. Ninguém me preveniu de que eu teria que passar duas horas num mesmo recinto com um grupo de crentes fanáticos, vibrantes e com um pregador da Bíblia, que batia palmas.
Sentei-me no fundo achando que chamava a atenção e sentindo-me totalmente como um peixe fora d’água. Eu era o único naquele lugar usando jeans surrados, camiseta e chinelos. Meu cabelo comprido, oleoso, as cicatrizes e o gesso no braço confirmavam que eu não combinava com aquela multidão.
Durante o sermão, o pastor não tirou os olhos de mim e isto me deixava bem desconfortável. Parecia que ele estava dirigindo to o seu sermão para mim. De vez em quando, eu virava minha cabeça em direção à janela por uns momentos, mas cada vez que olhava de volta, ele ainda estava me encarando. Senti-me estranhamente atraído por aquilo que o homem esta dizendo, mas tinha certeza de que poderia ouvir melhor se ele parasse com aquela história de me encarar.
No final do sermão, o pregador convidou aqueles que queriam “acertar-se com Deus” para irem à frente. Subitamente, fiquei em pé e comecei a caminhar para a frente, pensando comigo mesmo o tempo todo: O que eu estou fazendo? Neil, você está louco! Uma voz gritava dentro de mim:
- Você não vai ajoelhar-se e orar como um bobo, vai? Minha mente me condenava, mas no momento em que me ajoelhei, derramei o meu coração a Jesus de Nazaré. Naquela noite de janeiro de 1972, recebi Jesus Cristo como meu Senhor e Salvador. As algemas do pecado soltaram-se e tornei-me uma nova criatura n’Ele. Nasci de novo, fui batizado e libertei-me das drogas logo que me arrependi e confessei. Fiquei cheio do Espírito Santo e senti o poder de uma nova vida agitando em mim. Meus pecados foram lavados e eu tinha uma vida nova no Senhor. Um rebelde tinha sido salvo.


Capítulo 3 – Vivendo na areia, antes da tempestade

domingo, 24 de maio de 2009

Capítulo 2 - Um rebelde é salvo


Foto: Diógenis Santos

O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. João 10:10

NEIL:

No final do meu último ano do segundo grau, tive um confronto com um professor que afetaria negativamente o meu futuro. Eu ainda posso ouvir minhas palavras ameaçadoras:
- Se aquela bicha encostar no meu traseiro, vou fazê-lo voar!
A reputação bem conhecida daquele homem de tocar nos meninos onde não devia, não deixava nenhuma dúvida de que ele era um homossexual. A minha retórica agressiva logo foi posta à prova quando o professor tentou tocar-me em uma aula de oficina. Meus colegas estavam observando a minha reação. Na hora, tudo aconteceu tão rápido que eu não tive tempo de pensar. Meu instinto prevaleceu e, cheio de ódio e revolta, eu peguei uma ripa e atirei em sua cabeça.
Embora, de alguma forma a ripa tivesse desviado da direção do rosto de meu abusador, o incidente pôs um fim em minha educação básica. Fui levado ao diretor e disciplinado severamente, sem ter a chance de justificar minhas atitudes; assim não voltei mais à escola. Para meus pais eu era apenas um dos rebeldes dos aos 60 e não me forçaram a voltar para a escola e acabar aquele ano escolar. A atitude deles era do tipo “Você preparou a cama, agora deite e role!”
As coisas pioraram a partir de então.

Um chamado próximo

- Olhe! Nick gritou.
Eu gritei em resposta:
- Não consigo parar essa porcaria!
Alguns segundos depois Nick pulou da moto e rolou aterro abaixo. Eu só tive tempo de vê-lo voando sobre as pedras antes de olhar para a frente em direção à estrada interestadual.
O trânsito estava pesado e o breque de minha moto não estava funcionando como deveria.
Eu estava indo em direção contrária a uma carroceria que estava a 110 km de forma violenta, rápida e impetuosa. Virei a moto de frente para a carroceria e, de alguma forma consegui deixá-la passar na frente de mina roda dianteira com apenas alguns centímetros de espaço, antes que eu entrasse lateralmente no trânsito. Fiquei entre as duas pistas e então comecei a manobrar a moto na mediana em direção às próximas pistas. Dando uma olhada no tráfico concluí que poderia cruzar direto par ao outro lado da estrada. Consegui! Eu pensei. Então, um barulho! Parecia que o tempo havia parado.
Bateram em mim, pensei, enquanto voava pelo ar. Por que não sinto nenhuma dor? Com uma pancada, cheguei ao chão. Podia ouvir a minha moto sendo arrastada na estrada com o som dos metais arranhando o asfalto. O guincho agudo dos pneus derretendo acrescentou-se ao barulho daquele caos. Então ouvi apenas o silêncio, um silêncio ensurdecedor que parecia durar uma eternidade.
Gradativamente, o zumbido do tráfico em pleno rush veio chegando até a mim, devagar, trazendo tudo de volta ao normal. Com grande esforço levantei-me, comum pé no acostamento e o outro no asfalto. Estava sangrando profusamente devido aos cortes em três lugares diferentes da face e meu olho esquerdo estava cheio de sangue, tampando minha visão. Minha mão esquerda e o pulso estavam balançando soltos.
Tentei mexer a mão, mas ela não se movia. O osso do meu polegar esquerdo ressaltava sob a pele na palma de minha mão. Havia um corte sangrando no lado do meu corpo e minha perna esquerda estava deslocada e ensopada de sangue. De forma estranha, eu não sentia nada. Mais tarde, quando os efeitos do LSD finalmente se acabaram no hospital, a dor tornou-se terrível.
As drogas e a maconha tinham se tornado a parte mais importante do meu dia-a-dia nos dois últimos anos após meu abandono escolar. Meu irmão mais velho havia me convidado para ir à África do Sul. Lá ele havia me introduzido a um estilo de vida que deveria ser de um “estado de paz” no mundo caótico criado por nossos pais, a quem culpávamos.
Meu amigo Nick e eu havíamos “viajado” devido ao LSD no momento do acidente. Estávamos convencidos de que poderíamos voar e assim Nick tinha decidido equilibrar-se ao colocar-se de pé no banco da moto. Eu estava de pé, apoiado nos pedais enquanto deixava o guidão solto, os braços levantados e abertos no vento para “ajudar-nos a voar melhor”. Estávamos absolutamente convencidos de que sairíamos do solo a qualquer momento – isto é, até Nick perceber, com horror, que a rodovia movimentada interestadual estava a poucos metros de nossa frente. Estávamos correndo cerca de cinqüenta quilômetros por hora, quando alcançamos o topo da colina, mas como estávamos tão “altos” com a droga, parecia que apenas nos arrastávamos. Parecia que poderíamos descer e caminhar, se quiséssemos.
Uma Mercedes Benz estava escondida atrás de um caminhão bem no momento em que olhei para trás para ver o que vinha vindo. Em alta velocidade, o carro luxuoso havia ultrapassado a faixa interrompida no momento em que eu liberava as primeiras duas pistas. Foi este carro que bateu em mim; toda a força do impacto alcançou a parte traseira da moto. Com a diferença de uma fração de segundo, o impacto total teria sido diretamente em mim e teria sido impossível sobreviver. Deus interveio de forma clara em meu favor.
Passei os próximos dias, que pareciam durar uma eternidade, agonizando no hospital e eu me lembraria deles por muito tempo. Quando finalmente me recuperei, tinha dezoito pontos em minha face, e o lado do corpo e o braço esquerdo estavam engessados. Eu não estivera com boa saúde, mesmo antes do acidente. O uso contínuo de barbitúricos tinha baixado o meu peso para menos de 60kg e minha estrutura de 1,83m não passava de pele e osso.
Eu imaginara que a vida de um hippie seria “legal”, mas aprendera, pelo caminho mais difícil, que viver “numa boa” tinha o seu lado negro. Minha vida havia se deteriorado ao ponto de eu ter que dormir nos telhados de complexos residenciais ou me encolher atrás das escadas dos prédios no centro da cidade para conseguir um pouco do descanso tão necessário. Eu estava abatido pelos acontecimentos, e em uma solidão desesperadora apenas três dias antes, eu havia clamado dizendo:
- Ó Deus, venha e tire a minha vida! Eu pouco imaginava quão sério Deus levaria o meu pedido.
Olhando para trás agora, não tenho dúvidas de que o Senhor usou todas as circunstâncias difíceis, incluindo os tetos frios e as horas dolorosas confinado numa cama de hospital, para me trazer de volta a Ele. Encontrava-me, então, embarcando em um trem de volta para casa.

A seguir: O vinho natural do amor jovem

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Meu engano é descoberto

As coisas pareciam caminhar bem naquela manhã e senti que eu havia sido bem sucedido. Afinal de contas, conseguira manter grande parte de minha imagem profissional intacta. Quando a congregação ouviu que estaríamos sendo despedidos de nosso serviço pastoral, devido a “um abraço não muito santo”, a maioria levantou-se em nossa defesa. Que injustiça! Quantas pessoas já não fizeram coisas parecidas? Minha carne gloriou-se naquele momento! A abordagem do homem honesto, porém imperfeito havia aparentemente salvado a minha reputação.
Eu retratara bem o incidente de forma precisa? Sim e não. O que eu dissera era verdade, mas não toda a verdade. Eu simplesmente encobrira os meus atos de adultério no passado e os cinco anos que gastara justificando e escondendo meu pecado. Eu pensei que pudesse lidar com ele e encobri-lo, mas Jesus estabeleceu um padrão muito mais elevado:
Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela. Mat. 5: 27-28
Eu ainda tinha o pecado em meu coração no momento do abraço e provavelmente teria ido para a cama com a mulher novamente (cinco anos depois do nosso caso ter terminado) se ela não tivesse resistido as minhas investidas naquele dia.
Eu errei ao ignorar as instruções do pastor principal. Deveria ter confessado como realmente agira de forma suja. Eu não era culpado apenas pelo adultério mas também pelo pecado contínuo da auto-justificação. No momento, eu não conseguia aceitar a minha culpa e, como resultado, era incapaz de me arrepender e procurar o perdão de que desesperadamente carecia. O auto-engano e a minha habilidade excepcional e vestir rapidamente as correspondentes máscaras para cada situação impediram-me de ser coerente com a Palavra de Deus. Eu iria precisar de ajuda de outros para reconhecer esta cegueira em minha vida.
Consumido pela minha obsessão de esconder as minhas fraquezas e o meu pecado a qualquer custo, fiquei magoado como o pastor principal e com os presbíteros e continuei a justificar-me ao mesmo tempo em que me ressentia com eles. Era uma reação de defesa para evitar que minha carne sofresse. Não sei quem disse isso, mas há um grande provérbio que descreve o meu destino e a minha insensatez: “Deus não quer ferir o nosso orgulho. Ele quer matá-lo”. Minha carne estava lutando para permanecer viva e Deus estava dizendo-me para crucificá-la de uma vez por todas.

O fim do meu ministério...

O pastor e os presbíteros ficaram tão decepcionados com aquele culto que escreveram cartas e telefonaram para todos os membros convocado-os para uma outra reunião na próxima quarta-feira à noite. Novamente fui chamado para estar à frente das pessoas, mas desta vez para o “golpe de misericórdia”. Fui instruído firmemente a dizer à congregação que eu havia mentido e precisava do perdão. Como se isto não bastasse, a liderança informou-me a seguir que, devido à minha falta de cooperação, eles eram forçados a revelar a verdade sobre o meu passado. Desta forma, minha parede de fraude e engano ruía ao meu redor. As pessoas que haviam me apoiado com empatia viam-me então como eu realmente era – um mentiroso e um adúltero. Eu estava exposto, descoberto e arrebentado.
Eu não sabia, naquele tempo, que aquilo era o começo da restauração, descrita pelo profeta Jeremias:
Olha que hoje te constituo sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares e derribares, para destruíres e arruinares, e também para edificares e para plantares. Jeremias 1:10
O ato de arrancar e de derribar estava concluído eo Senhor podia iniciar uma limpeza maior de seu vaso quebrado e corrompido. Só então o processo de r4eplantio e reconstrução podia acontecer. Eu tinha sido exonerado e naquele momento precisava ser restaurado.

Capítulo 2

Um Rebelde é salvo

As forças entraram em ação


Foto: Diógenis Santos

As forças entraram em ação

Aquele simples diálogo teve duas conseqüências que mudara a minha vida para sempre. Primeiro, destruiu os laços de alma forjados no pecado, que haviam nos unido por cinco anos como cúmplices de um triste segredo e de uma pesada amarra de culpa e sofrimento. Em segundo, acabou com minha carreia pastoral. Minha amante foi imediatamente à esposa do pastor principal com uma acusação formal contra mim; e a mulher do pastor, por sua vez, levou a acusação ao seu Mario que imediatamente chamou os presbíteros para uma reunião de emergência. Como resultado dessa reunião fui despedido de minha posição na igreja e ordenado a fazer uma confissão pública.

Os santos se reuniram no domingo seguinte, como de costume, sem saber que estavam para testemunhar, o que eu considerei uma execução de enforcamento. Naquela manhã, o pastor principal pregou um dos sermões mais pesados que já ouvira; mas, de alguma forma, senti-me desligado de toda aquela experiência penosa, como se aquilo estivesse acontecendo com outra pessoa. Não sei se era a forma de Deus poupar-me ou se toda aquela humilhação havia me anestesiado. Eu estava lá fisicamente, mas naquele momento, aquela realidade não me afligia. Só à noite eu sentiria todo o peso da penalidade que teria que pagar por meu passado de rebelião, de engano e imoralidade.

Eu havia sido instruído a ficar em frente da congregação e confessar uma “indiscrição imoral” com uma “pessoa anônima”. Eu não devia identificar a pessoa porque ela estava assentada na congregação e o pastor principal e os presbíteros não queriam constrangê-la.

Enquanto a hora se aproximava, quanto mais eu pensava nas restrições impostas a mim pela liderança da igreja, mais eu lutava contra elas. Minha mente trabalhava rapidamente com as possibilidades do que as pessoas pensariam sobre minha confissão. Eu era pastor de uma Escola Cristã e se as pessoas pensassem que a minha “indiscrição imoral” envolvesse uma criança? Eles poderiam chegar à conclusão de que eu era um molestador de crianças! Eu não poderia correr este risco; assim, pus em minha cabeça que deveria evitar tal possibilidade e tentar salvar minha imagem a qualquer custo.
No entanto, quando fiquei em pé diante da congregação naquele culto matutino de domingo eu disse uma “verdade parcial”. Desconsiderando as instruções explícitas do pastor e dos presbíteros, disse às pessoas que eu tinha algo para confessar, que eu era culpado de ter dado um “abraço não muito santo” em “alguém”. Na realidade, eu tinha dado um abraço em minha amante, recentemente, em seu apartamento. Ela tinha resistido à minha investida e assim aquilo tinha parado por ali; mas eu pensei “um abraço não muito santo” soaria um pouco melhor do que a verdade. Assim mesmo, minha “confissão” foi feita de tal forma que mantivesse a parede de engano que escondia o meu verdadeiro e das pessoas. Eu esperava desesperadamente que ninguém descobrisse a verdade.

Meu engano é descoberto

terça-feira, 19 de maio de 2009

CAPÍTULO 1 - Exoneração

Fugi da impureza! Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer, é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. 1 Cor. 6:18

NEIL: Aquele domingo de manhã, após ter confessado o meu pecado de adultério para minha esposa, era a minha vez de pregar. Pela primeira vez, em cinco anos, respirei fundo e declarei honestamente d púlpito:
- Não há absolutamente nada escondido entre minha mulher e eu. Nós somos totalmente transparentes um com o outro.
Todos na congregação ergueram suas vozes em um forte “Amém!”. Todos, exceto a “outra”. Ela ficou sentada me encarando do seu assento com um olhar incrédulo em seu rosto, revelando qualquer tentativa de esconder o que estava pensando. “Eu não posso acreditar no que estou ouvindo!” seus olhos saltavam gritando para mim. Logo sua surpresa inicial deu lugar ao descrédito e então foi substituída por um olhar pétreo. Podia imaginar os pensamentos que fervilhavam em seu coração e mente naquele momento. Será que ele contou mesmo para sua mulher? Como pode ser tão tolo?
Era surpreendente como o nosso vil segredinho mantivera-se escondido por cinco longos anos. Tinha vindo à luz em um momento de confissão, de coração partido, a minha mulher. Eu não podia mais suportar a dor e a vergonha, embora naquele momento eu enfrentasse uma outra aflição ao imaginar o que me esperava com a reação da outra mulher.
Não tive que esperar muito pelo inevitável confronto. Mao o culto havia terminado, ela cercou-me no salão de entra e, diretamente e sem rodeios, perguntou-me:
- Você contou para a Noline sobre nós?
- Sim, repliquei.
- Você contou tudo?
- Sim!

Prefácio ...continuando

A questão não é ser ungido. A escritura declara: “porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” Rom. 11:29. Deus unge seus vasos para o bem daqueles que recebem o ministério e não para provar o valor do ministro. Se uma unção só estivesse presente na ausência do pecado, então qualquer tipo de pecado impediria a unção na vida de um ministro. Qualquer ministro que tenha tido uma discussão no caminho para a igreja antes de pregar, pode ficar tranqüilo. A presença da unção simplesmente indica que Deus deseja ministrar outros através do vaso escolhido por Ele.

A questão principal não é se Deus pode perdoar o adultério e restaurar homens e mulheres para o ministério. A questão principal é: como podemos desenvolver o caráter divino nos corações e nas vidas dos servos de Deus para impedi-los de caírem, novamente, no futuro. Neil Rhodes é um grande exemplo de um líder que continuou escondendo o pecado por anos, pensando que poderia continuar ministrando com grande unção e que o pecado não prejudicaria o seu ministério. Não há dúvida de que muitas pessoas foram abençoadas pelo Senhor através dele durante aqueles anos. Infelizmente, o câncer do pecado continuou seu trabalho no coração e na alma de Neil, envenenando pessoas ao seu redor.

Os líderes que tenham caído em pecado não precisam de condenação ou castigo. Eles precisam da disciplina amorosa que os treinará e os modelará novamente nas áreas do caráter que se encontram carentes. No entanto, para que isso aconteça, o líder precisa ser totalmente sincero e humilde em relação a estas áreas, não mais se escondendo atrás da unção recebida.

Isto geralmente é difícil de se fazer quando ele ou ela está lutando pela sobrevivência do casamento e da família. O pecado opõe-se a primeira tentativa de relacionamento, mas quando a família inteira fica “entregue às cobras” como parte do processo de “disciplina”, poucos casamentos conseguem suportar as destruições que se seguem. Muitos líderes são forçados a procurarem um emprego secular, para o qual não estão preparados. Isto sempre os leva a ter baixos salários, consequentemente, às crises financeiras no lar. Os casais são levados a procurar aconselhamento, mas geralmente acabam não procurando ninguém devia aos gastos. Em pouco tempo, o relacionamento já enfraquecido começa a ruir ante às pressões extras. Isto, acrescido do sentimento de ter fracassado com homens e com Deus, é o suficiente para levar mesmo os relacionamentos mais profundos a um final.

Estamos convencidos de que a chave para a restauração de uma liderança caída é a disciplina em amor, que exige a prestação de contas diariamente dos velhos hábitos e padrões e ao mesmo tempo, a demonstração do nosso amor incondicional, dando-lhe esperança e objetivo. Para que um líder se submeta a essa disciplina, deve haver quebrantamento e desejo de admitir que precisa de um treinamento de caráter. O simples remorso por ter sido pego em pecado não é suficiente.

Neil e Noline são belos exemplos de vidas separadas e enganadas pelo pecado, mas restauradas pelo amor poderoso e pela disciplina de Jesus Cristo. Oramos para que este livro possa dar esperança e visão a milhões de outros líderes que estão impotentes, por crerem que Deus rompeu relacionamento com eles. Se a Igreja deseja triunfar sobre o pecado na vida de nossos líderes, é necessário que haja restauração em suas vidas e nas suas famílias através do discipulado amoroso e sistemático que cura primeiramente o indivíduo, depois o casal e, então, a família. O processo de restauração não se acaba até que todas essas partes sejam curadas.

Deus abençoe vocês e sua família hoje!
Mike e Marilyn Philipps

sábado, 16 de maio de 2009

Boas vindas!

" Quando o Senhor colocou Neil e Noline em nosso caminho, eles estavam oprimidos e arrasados. Fora-lhes dito que jamais lhes permitiriam ministrar novamente, que Ele havia escrito ICABODE em suas vidas. A cada dia tentávamos assegurar-lhes que isso não era verdade, mas estavam tão machucados que só pudemos ver o primeiro brilho de esperança em seus olhos depois de seis meses.
Hoje, quando vemos este casal tremendamente ungido ministrando a outras vidas, imaginamos o que teria sido de suas vidas se ninguém os tivesse amado o suficiente para discipulá-los à cura. E imaginamos quantos outros líderes caídos estão vivendo sob o jugo do engano e da mentira de que Deus cortou relações com eles. Alguém precisa alcançá-los com a verdade da graça de Deus e do Seu poder de restauração!"

ICABODE - Foi-se a glória de Israel (1 Samule 4:1-22)
ver
http://www.irmaos.com/artigos/?id=2478

Galera, estou com uma proposta de fazer um grupo de leitura. O trecho acima é de um livro direcionado a casais "Enchendo as Talhas Novamente". Tema: Relacionamento conjugal.

Abri um blog para leitura, mas é restrito somente aos casais que eu convidar. Não é aberto a qualquer pessoa. Estarei colocando a partir de hoje textos desse livro no blog e vcs. receberão um email à cada postagem que for atualizada. Dei preferência à família e alguns amigos mais chegados por se tratar de um tema bastante adulto mas atual. Portanto, se alguém não quiser continuar com esta leitura esteja à vontade para solicitar a retirada do nome e não receberá os emails de atualização. Numa próxima leitura de um outro livro, farei novamente o convite. Se alguém ficou de fora e ou quiser indicar um parente ou amigo, me avise, estaremos analisando a possibilidade de inclusão.

Um grande abraço,

nos veremos diariamente aqui no "Leitura em Grupo"