sexta-feira, 22 de maio de 2009

As forças entraram em ação


Foto: Diógenis Santos

As forças entraram em ação

Aquele simples diálogo teve duas conseqüências que mudara a minha vida para sempre. Primeiro, destruiu os laços de alma forjados no pecado, que haviam nos unido por cinco anos como cúmplices de um triste segredo e de uma pesada amarra de culpa e sofrimento. Em segundo, acabou com minha carreia pastoral. Minha amante foi imediatamente à esposa do pastor principal com uma acusação formal contra mim; e a mulher do pastor, por sua vez, levou a acusação ao seu Mario que imediatamente chamou os presbíteros para uma reunião de emergência. Como resultado dessa reunião fui despedido de minha posição na igreja e ordenado a fazer uma confissão pública.

Os santos se reuniram no domingo seguinte, como de costume, sem saber que estavam para testemunhar, o que eu considerei uma execução de enforcamento. Naquela manhã, o pastor principal pregou um dos sermões mais pesados que já ouvira; mas, de alguma forma, senti-me desligado de toda aquela experiência penosa, como se aquilo estivesse acontecendo com outra pessoa. Não sei se era a forma de Deus poupar-me ou se toda aquela humilhação havia me anestesiado. Eu estava lá fisicamente, mas naquele momento, aquela realidade não me afligia. Só à noite eu sentiria todo o peso da penalidade que teria que pagar por meu passado de rebelião, de engano e imoralidade.

Eu havia sido instruído a ficar em frente da congregação e confessar uma “indiscrição imoral” com uma “pessoa anônima”. Eu não devia identificar a pessoa porque ela estava assentada na congregação e o pastor principal e os presbíteros não queriam constrangê-la.

Enquanto a hora se aproximava, quanto mais eu pensava nas restrições impostas a mim pela liderança da igreja, mais eu lutava contra elas. Minha mente trabalhava rapidamente com as possibilidades do que as pessoas pensariam sobre minha confissão. Eu era pastor de uma Escola Cristã e se as pessoas pensassem que a minha “indiscrição imoral” envolvesse uma criança? Eles poderiam chegar à conclusão de que eu era um molestador de crianças! Eu não poderia correr este risco; assim, pus em minha cabeça que deveria evitar tal possibilidade e tentar salvar minha imagem a qualquer custo.
No entanto, quando fiquei em pé diante da congregação naquele culto matutino de domingo eu disse uma “verdade parcial”. Desconsiderando as instruções explícitas do pastor e dos presbíteros, disse às pessoas que eu tinha algo para confessar, que eu era culpado de ter dado um “abraço não muito santo” em “alguém”. Na realidade, eu tinha dado um abraço em minha amante, recentemente, em seu apartamento. Ela tinha resistido à minha investida e assim aquilo tinha parado por ali; mas eu pensei “um abraço não muito santo” soaria um pouco melhor do que a verdade. Assim mesmo, minha “confissão” foi feita de tal forma que mantivesse a parede de engano que escondia o meu verdadeiro e das pessoas. Eu esperava desesperadamente que ninguém descobrisse a verdade.

Meu engano é descoberto

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