terça-feira, 16 de junho de 2009

Dúvidas crescentes


Foto: Diógenis Santos

É surpreendente perceber que as mesmas características que primeiramente nos atraíram um ao outro, tornaram-se a origem da discórdia em nosso casamento e ministério. Pela primeira vez, comecei a fechar meu espírito para Noline. Quando isso aconteceu, ambos sentimos um profundo pavor vindo sobre o nosso relacionamento, enquanto cada um perguntava a si mesmo em secreto: “Será que cometi um engano? Será que me casei com a pessoa errada?
Durante os anos seguintes, perguntei a Deus insistentemente: - Por que o Senhor não me deu alguém que fosse compatível com meu ministério? O clamor de Noline era: - Senhor, por que tive que casar-me com um pastor? Eu era apaixonada pelo menino da rua debaixo, não com esse ministro farisaico.
Tornei-me um especialista em fechar o meu espírito para ela e ela era afetada de forma poderosa e visível pela minha rejeição. Ao deixá-la fora dos meus afetos e atividades ministeriais, ela começou a sentir-se como que pisando em ovos. Ela tentava, de toda forma que podia imaginar, entrar novamente em minha vida. Seus esforços desesperados para alcançar-me falhavam e eu a rejeitava ainda mais – sem jamais perceber que a minha fria rejeição estava nos distanciando cada vez mais. Para sobreviver, ela tornou-se dedicada exclusivamente aos filhos, o primeiro mecanismo de defesa contra a solidão que ela experimentou em nosso casamento.
O círculo vicioso continuava e se auto-alimentava e eu sentia-me cada vez mais apaixonado por outra mulher – a igreja local. Gastava a maior parte do meu tempo com ela e ficava feliz de estar em volta dela. Como resultado, toda a tensão entre Noline e eu estava nesse tempo centralizada na igreja. Em minha solidão, eu gastava mais tempo com ela, telefonando para pessoas, visitando os enfermos e orando por eles. Eu mantinha, orgulhoso, um quadro em meu escritório com a lista de todas as visitas e telefonemas feitos aos enfermos.
Isso fazia com que eu me sentisse muito importante e apreciado como ministro, como também, quando em tempos de crises, as pessoas achavam necessário pedir a minha ajuda para resolver os seus problemas. Isso pode intoxicar muito um jovem e, como o casamento não estivesse preenchendo a minha vida como anteriormente, a minha auto-valorização era totalmente absorvida na necessidade de ser necessário. Eu não tinha ainda aprendido a preciosa lição de que meu valor e aceitação devem vir do Senhor e não de homens.
É preciso dizer que tive de ser despido de todos os adornos ministeriais antes de poder aprender esta lição corretamente. Noline e eu, naquele tempo, estávamos num momento de colisão e dor. Havíamos plantando as sementes que dariam seus frutos inevitáveis. Nuvens de tempestades aglomeravam-se.

Capítulo 5 – O pecado e suas conseqüências

Um comentário:

  1. Bom dia, gostei muito do seu blog, estou vivendo um momento muito dificil na minha vida e gostaria muito de ler o livro enchendo as talhas novamente - esperança apos o adulterio. se tiver o livro peço que me envie para o email irina.mabunda@gmail.com

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