sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Discipulado


Foto: Diógenis Santos

Aquele primeiro ano tornar-se-se-ia a “escola de discipulado” que nunca tivéramos no passado. Foi dirigida por pessoas que realmente nos amavam e desejavam perseverar conosco mesmo que eu os levasse ao seu limite. Eram diferentes de quais quer pessoas com quem eu me relacionara, e levou tempo para eu confiar neles, inteiramente, em certas áreas.
Uma dessas áreas era o meu relacionamento com imagens autoritárias. No passado, eu ficava com um grande nó no estômago cada vez que era chamado para uma visita ao escritório do pastor principal. Eu não tinha idéia do que aconteceria e isso me desgastava e finalmente resultava em úlcera. As primeiras vezes que ouvi a voz do Mike gritar em meu escritório:
-Neil, venha aqui ao meu escritório.
Sentia o nó bem familiar apertar dentro de mim.
Relutantemente, eu deixava o que estava fazendo e ia para o escritório dele, temendo o pior. Quando eu dava o primeiro passo dentro da sala dele, ele dizia algo como por exemplo:
-Sente-se. O que você acha que nós poderíamos fazer aqui nessa cidade?
Eu não podia acreditar que Mike estava solicitando minhas idéias ao invés de cair em cima de mim por alguma coisa errada que eu tivesse feito. Que mudança bem-vinda! Eu descobriria que essa atitude era típica de Mike Phillipps. Vagarosamente comecei a confiar nele. Ele e Marilyn nos amavam e isso era demonstrado nas horas boas e também nas repreensões, correções e instruções. Tenho sempre admirado seus esforços em serem francos e transparentes no jeito de lidar com os outros. O lema deles é “Aquilo que você vê é a realidade”. Não havia portas secretas com eles e eles não aceitariam isso de nossa parte.
Os relacionamentos genuínos são formados e moldados no fogo, na bigorna da vida. Assim é com o caráter divino, a fibra que Deus usa para construir o Seu Reino. Infelizmente, embora eu possuísse muitos dons que me mantinham na ativa, eu tinha pouca fibra ou caráter divino. Quando estava na mira do revólver, eu “justificava” constantemente as minhas ações ao invés de assumir a responsabilidade. Eu também deixava de lado os meus verdadeiros sentimentos quando era confrontado sobre as pessoas que haviam me ferido. Por exemplo, podia dizer a Mike e Marilyn, depois que alguma questão tivesse tocado num ponto dolorido:
-Bom, vocês deviam ter visto o que eles fizeram!
No entanto, cada vez, os Phillipps traziam-me de volta novamente para o ponto crucial da questão: Deus estava lidando com o meu pecado – e não com os pecados do pastor principal, da mulher do pastor ou de outros líderes da igreja. Eu agradecia profundamente essa disciplina necessária. Como nos mostram as Escrituras:
Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade. Toda disciplina com efeito, no momento não parecer ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça. Heb. 12: 10-12
Da mesma forma, a disciplina é dura e o processo é doloroso, mas a conseqüência disso tudo é paz e justiça. Eu ansiava profundamente por ambas, embora pensasse, às vezes, que nunca sobreviveria ao processo. As verdadeiras questões da minha vida estavam na bigorna não por escolha própria. Minha situação pode ser descrita melhor através das palavras de Jesus dirigida aos seus discípulos no Jardim do Getsêmani: “o espírito está pronto, mas a carne é fraca” Mat. 26:41.
A mão de Deus havia me colocado em Sua fornalha ardente da purificação. Eu deveria permitir que o Seu fogo queimasse minhas impurezas e que o seu martelo esmagasse cada imperfeição que não estivesse de acordo com a Sua Palavra e com o Seu destino para minha vida. Sabia que Ele não abrandaria até que eu pudesse finalmente deixar o passado de uma vez por todas. Ele seria persistente até formar e cravar a imagem de Seu filho em meu caráter. Estava deteminado a colocar amorosamente os laços de amor real e o caráter divino em mim para manter-me forte e seguro em minha aliança de casamento com Noline. Foi através desse processo doloroso e lento que Deus começou a operar em mim a justiça de Seu filho.
O profeta Oséias revelou o triplo plano de Deus para trazer Seus filhos errantes de volta à sua herança n’Ele:
Vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele nos despedaçou, e nos sarará: fez a ferida e a ligará. Depois de dois dias nos revigorará; ao terceiro dia nos levantará, e viveremos diante dele.
A primeira estação: retornar

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