terça-feira, 4 de agosto de 2009

NOLINE e NEIL


Foto: Diógenis Santos
NOLINE:
Deus é tão fiel a nós. Sua Palavra é a nossa força em tempos de fraqueza. Eu pouco sabia que Deus estava quebrando o coração do Neil para aniquilar o pecado de sua vida! Numa manhã bem cedo, quando acordei, descobri que Neil já havia se levantado e estava em seu escritório fazendo o seu devocional. Eu não tinha idéia de quanto tempo ele estivera lá, mas acendi a luz e comecei a ler a Bíblia. Mais ou menos às 5 horas ele voltou e sugeriu que orássemos juntos.
Enquanto estávamos orando, ele descarregou sobre mim um bombardeio emocional, ao abrir o seu coração e confessar que havia se encontrado com Deus em seu escritório de uma forma sobrenatural. Nesse encontro, o Senhor pediu-lhe que confessasse a mim que estivera envolvido em um segundo caso de adultério pouco depois do primeiro e que escondera de mim todo este tempo.
Fiquei chocada. Quando ele me contou quem era a mulher, quase morri! Ela tinha se tornado uma de nossas melhores amigas, tinha ficado em nossa casa, tomado refeições conosco e até cuidado de nosso filhinho enquanto saíamos. Eu confiei nela. Como ela pôde me enganar desta forma?
Derramei-me em lágrimas mas, inesperadamente, Neil também. Há séculos não o via chorar. Nós choramos e oramos juntos e ele pediu-me para colocar as mãos sobre ele, para orar por ele, perdoar-lhe e repreender o espírito de luxúria que o oprimia. Deus tinha sido fiel em preparar-me para aquilo através da Sua Palavra, de forma que não me desmantelei em pedaços como há cinco anos atrás. Durante aquele tempo, o Espírito Santo havia colocado em meu interior paz e confiança.
O que realmente me ajudou foi a atitude de Neil. Eu vi não apenas um arrependimento, mas um quebrantamento que jamais vira antes. Dois dias depois, senti que era tempo de compartilhar a escritura que eu tinha guardado durante o tempo que Deus estivera trabalhando na vida de Neil. Tínhamos estado em um treinamento de final de semana do MMI e havíamos completado quatro grupos do curso de treze semanas. Isto nos dera a chance de trabalhar em muitos dos princípios da apostila e ajudou-me a não ficar arrasada com tal revelação como ocorreu na primeira vez.
Mesmo tendo sido preparada pelo Senhor, havia ainda uma ferida. Aquele mesmo sentimento conhecido e impróprio, de que eu fora incapaz de preencher as necessidades de meu marido, afloraram dentro de mim. A raiva, a falta de perdão e o ressentimento encheram minha mente. Eu sabia que deveria permitir que Deus começasse a curar as minhas feridas e o desapontamento imediatamente. Apesar da dor, eu estava aliviada pela verdade ter vindo à luz e por podermos enfrentar o futuro juntos.
A seguir:
NEIL:
Naquela noite, eu e Noline fizemos um acordo para o resto de nossas vidas: demos um ao outro o direito exclusivo para falar e perguntar qualquer coisa, a qualquer hora. A minha resolução era simples: - da mesma forma como eu fizera parte do problema, agora eu seria parte da solução. Eu nunca mais iria permitir que o diabo mentisse para mim e dissesse que minha mulher estaria me acusando toda vez que ela tocasse no assunto sobre tentação sexual ou pecado. Ela deveria ter muitas perguntas e nem sempre exigiria uma resposta. Algumas vezes ela precisaria apenas que eu a abraçasse, assegurando a continuidade do meu amor e que orasse por ela.
Não é suficiente confessar o erro para o cônjuge e então esperar que ele jamais comente o assunto. Com certeza, ele está sob o sangue de Jesus agora. Com certeza está nas profundezas do mar do esquecimento. O cônjuge ferido precisa de oportunidade para esclarecer o problema em seu próprio coração e mente. Se não, ele se tornará um prisioneiro da dor da confissão, não encontrando saída para o desapontamento, feridas e marcas infligidas. Esta vítima inocente é literalmente presa pela viva imaginação daquilo que ela acredita ter ocorrido entre o cônjuge e a outra pessoa. Isso não somente é desleal como injusto! Por exemplo, Noline precisava saber quem era a outra mulher para que futuramente ela não olhasse para todas as outras mulheres com suspeitas.
Não fizemos uma coisa. Embora tenhamos falado abertamente sobre quando e onde meu pecado acontecera, ambos concordamos que os detalhes do pecado nunca seriam discutidos. Eu estava envergonhado do que fizera e preferia esquecer-me dos detalhes sangrentos, ao mesmo tempo em que Noline não queria imagens vivas do meu pecado em sua mente. Então deixamos isso com Deus.
A cura leva tempo, mas Deus é o médico. Jesus disse que Ele veio para curar aqueles que estavam feridos (Lucas 4:18). As feridas, às vezes, levam muito tempo para serem curadas e a menor pancada na área machucada pode causar uma dor tão grande como a de um novo machucado. Da mesma forma, como ocorre no físico ocorre na alma: tanto as feridas físicas quanto as emocionais requerem tempo para uma cura apropriada.
A seguir:
Jesus não prometeu amnésia

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